Há um ano atrás, mais precisamente a 23-02-2013, participei pela primeira vez numa etapa do Circuito NGPS, que era também a 1.ª etapa do ano, o Geo Bike Challenge – Arouca, foi qualquer coisa de marcante para mim e para o meu amigo Jorge Oliveira, também ele um estreante nestas andanças, gostei tanto do conceito que participei em todas as etapas de 2013, com excepção de uma única e por motivos mais que justificados – estava a pedalar para Santiago!
Hoje, um ano depois, participei novamente no Geo Bike Challenge, desta feita na Lousã e iniciei o ano 2014 com a 1.ª etapa, assim como há um ano atrás, eu sabia antecipadamente que as minhas expectativas não iriam sair defraudadas, os amigos da Ecobike Porto, não deixam os seus créditos por mãos alheias, são um primor a organizar este tipo de eventos, não me enganei – tudo impecável – organização rigorosa e eficaz, organizadores simpáticos e acolhedores, desde o presidente o Jorge Almeida, todo o staff e meninas até ao ex-libris do grupo, o icónico Manuel Couto.
O entusiasmo com que normalmente faço todas as etapas do Circuito NGPS, deve-se apenas e só, à minha paixão pela natureza e pela descoberta de sítios lindos, quase sempre só acessíveis a pé ou de bicicleta de montanha, daí o meu gosto pelo BTT. O contágio pelo conceito do Circuito NGPS, foi estendido com sucesso por um grande número de companheiros do Dar ao Ped@l, a comprovar o que digo está o numero de participantes nesta etapa, fomos dezasseis (16) monstros do BTT, lentos, mas monstros à mesma!
Foram eles: António Oliveira, Jorge Bastos, Mário Dantas, Valdemar Freitas, Paulo Domingues, Ricardo Ferreira, Nuno Almeida, Jorge Oliveira e eu Augusto Tomé, além dos estreantes Emanuel Mascarenhas, Henrique Cardoso, Paulo Ribeiro, Mário Dias Alves, Nuno Nunes, Nelson Rebelo, Carlos Filipe Duarte. Na hora da partida juntaram-se a nós, os amigos Filipe Vaz e Rui Miguel Azevedo, companheiros já habituais no NGPS, que, para não variar, seduziram mais 3 amigos para o conceito NGPS, foram eles o Bárbaro Santos, o Rui Antunes e o Vasco Silva, que percorreriam todo o trajecto connosco. No total andamos 21 companheiros pelos belíssimos trilhos dos concelhos da Lousã, Góis e Miranda do Corvo.
Sobre o passeio, o que dizer, todos os elogios que possamos fazer serão certamente poucos para descrever tanto beleza natural, tanto empenho e tantos lugares de beleza indescritíveis. O que dizer então daquelas tostinhas com mel da região ou das peripécias que foram acontecendo ao longo do percurso, desde tombos para todos os gostos, apenas um com um pouco mais de gravidade, mas nada sério, até à perda de um smartphone do meu amigo Rui Miguel Azevedo, vi-o caído no meio do trilho, em abono da verdade, ao Rui Miguel Azevedo nesta etapa aconteceu um pouco de tudo, rebentou-se-lhe o fecho da mochila, o que fez com que perdesse o telemóvel, caiu de um single track com uma altura considerável, ele e a bicicleta, felizmente, sem consequências de maior e teve o único furo do grupo!
O passeio propunha, na versão mais curta, que cumprimos, 50 km, percorrendo algumas das Aldeias de Xisto preservadas na Serra da Lousã, posso considerar-me privilegiado, pois já conhecia algumas, percorridas a pé, é claro, mas pedalar no meio delas, pelas vielas estreitas, pelas escadarias humedecidas e escorregadias do nevoeiro que se fazia sentir, é qualquer coisa de inexplicável e virtualmente impossível de se escrever, só estando lá, sentindo e ouvindo o barulho das pedaleiras, no meio do silêncio da montanha.
O que dizer, por exemplo, quando estamos a trepar uma das várias paredes que fomos encontrando pelo caminho, sermos acompanhados de música e incentivos, via megafone, pelo amigo Manuel Couto, impagável.
Dois dos nossos companheiros, talvez por falta de preparação ou por lesão dos maxilares, optaram por voltar para trás, depois de subirem alguns quilómetros e por certamente acharem que iriam sofrer um pouco mais, resolveram a questão batalhando com um almoço a condizer na Lousã e umas bifanas para o lanche, segundo me contaram!
E assim lenta e alegremente percorremos as Aldeias de Xisto, começamos por Gondramaz, passamos por Chiqueiro, a belíssima Talasnal, Vaqueirinho, Catarredar e Candal e para finalizar o Castelo da Lousã, já quase a chegarmos ao ponto de partida.
As paisagens são todas deslumbrantes e quando percorridas de bicicleta de montanha, então ganham um encanto ainda maior, são simplesmente soberbas, parece que estamos numa quinta dimensão, qual twilight zone, acho que não sou só eu a constatar este facto, passamos por alguns single tracks simplesmente deliciosos de se fazer, um verdadeiro remédio caseiro para todas as maleitas, tal é a quantidade de adrenalina a percorrer os nossos sistemas!
Estreitos e sinuosos, com as árvores a afastarem-se de nós mesmo no último milésimo de segundo, lindo de se ver e fazer.
Pelo meio da nossa aventura de sábado, houve ainda tempo para conhecer uns simpáticos amigos, a Susana Palma e o Tó Saraiva, que nos acompanharam no piquenique e posteriormente perderam-se um do outro nos single tracks, tal foi a adrenalina da Susana Palma, que nem esperou pelo companheiro de viagem! Fazendo com que o Tó voltasse para trás à sua procura e ela já ia avançada na progressão!
É gratificante, ver caras conhecidas destas andanças do NGPS o simpático António J G Fernandes, o alegre Daniel Reis, os amigos NorteTrilhosBTT e o bem disposto Francisco Barrote, os Kunalama, os PTDirtRiders, os Superfraquinhos e tantos outros, que se torna injusto mencionar uns e não outros.
É por isto que, a cada etapa, mais gosto do conceito NGPS, mesmo existindo alguns companheiros que ainda não incutiram o espírito e o conceito, deixando lixo pelos locais por onde passam, quiçá, não seja de propósito, mas que o fazem, lá isso não há dúvida, o que é uma pena diga-se, talvez quando compreenderem que estão a poluir e a estragar o que também é deles, pensem melhor e um dia mudem de atitude.
Na verdade, meus caros amigos, companheiros e leitores, este foi mais um sábado a fazer aquilo que eu e todos os meus amigos mais gostámos de fazer, pedalar, com frio, chuva, o vento a bater na face, admirar paisagens, aldeias e gentes que tem tanto de belas como de distintas.
Importa ressalvar que não existiram avarias, apenas um furo, quedas existiram algumas, evitáveis talvez, mas nada de muito grave.
Como principal dinamizador e co-responsável por desencaminhar toda esta gente de casa, cumpre-me o dever de agradecer a todos, a participação, a alegria e o convívio, com que passámos mais um sábado e desejar a todos os meus amigos, que participem sempre que possam, comigo ou sem mim, mas participem, vocês sabem que estas coisas fazem bem à alma. Um abraço especial também aos estreantes, Emanuel Mascarenhas, Carlos Filipe Duarte, Nuno Nunes, Nelson Rebelo, Paulo Ribeiro, Henrique Cardoso e Mário Dias Alves.
Aqui ficam algumas informações acerca do nosso sábado:
Fotos no Facebook em: Dar ao Ped@l
Outros relatos aqui no blog por: Valdemar Freitas e António Oliveira
Vídeo disponível brevemente…