20 de Setembro de 2011
A manhã promete não ser molhada apesar do sol estar muito bem escondido por detrás de muitas nuvens cinzentas.
Aos poucos fomos-nos juntando na rotunda, dita do Maia Shopping, até perfazermos uma verdadeira equipa de “futebol”, de onze pedalistas, com três estreias absolutas, cheios de vontade de partir e seguir o percurso, previamente definido, tendo como destino o aeródromo da Maia, local onde deveríamos parar para o cafézinho da ordem.

Tínhamos à partida duas alternativas de percurso e mais uma que o Mascarenhas sugeriu, a primeira era ir por S. Pedro de Fins, subir para S. Miguel-o-Anjo e depois descer até ao cruzamento que dá para Vilar da Luz, a segunda, era ir por Santa Cristina, Camposa, S. Miguel-o-Anjo e depois na mesma até ao já referido cruzamento, a terceira, seria ir pela estrada que vai para Santo Tirso e, depois de Alfena, tomar a estrada que vai para S. Romão e que também liga ao dito cruzamento de Vilar da Luz.

De subidas, até ao já célebre cruzamento, só nos livraríamos se optássemos pela terceira sugestão, mas nisto de escolher percursos, a malta é unida e deixa que um outro tome a iniciativa, não sendo por vezes a maioria que ganha.
Decidiu-se optar pela primeira alternativa, a que já estava marcada no Facebook, e seguir desde a Travagem a estrada para Vilar, virar para S. Pedro de Fins e seguir a estrada em paralelos, não subindo para S. Miguel-o-Anjo, como inicialmente estava combinado, mas subindo por uma estrada em paralelos até Camposa e descendo, já em asfalto, até ao dito cruzamento que liga para Vilar da Luz.

A subida em paralelos, já tinha sido bem difícil, pelo menos para alguns, e agora vinha uma estrada em asfalto, sempre a subir e que nos haveria de levar até ao túnel, situado por debaixo da pista do aeródromo da Maia, por onde passamos até virarmos para o seu portão de entrada e à estrada interior que dá acesso às instalações aeronáuticas e ao café, local de encontro de motoqueiros, motos-quatro, ciclistas e de outros fãs, como os do aeromodelismo, paraquedismo, etc.

Até aqui, duas pequenas referências que fugiram à normalidade, nesta manhã, a indisposição do Jorge Bastos, antes do túnel, provocada por uma noite pouco dormida (palavras dele) e um pequeno atraso, duma parte do grupo, que já dentro do aeródromo, seguiu pela pista de ciclismo, tendo mesmo já descido um bom pedaço e depois que voltar até juntos dos outros, que já por eles esperavam para os cafés e outras tomadas de energia, bem como para mais umas fotos.

Depois de retemperadas energias, seguir-se-iam os trilhos em terra, com muita água, lama, pedras e paus escorregadios, que iríamos tomar, logo à entrada do aeródromo, para os quais já nos tínhamos mentalizado mas que dariam inicio à verdadeira aventura, pois nenhum de nós os conhecia.
De início, o caminho de terra era plano e com algumas poças de água que terminariam numa grande “piscina” onde ninguém teve vontade de cair.

Se aqui ninguém caiu, não foi preciso ir muito mais além, pois numa das primeiras descidas e subidas que os trilhos de terra, sempre têm, o José Carlos, foi ao solo, por a bike ter resvalado num rego mais alto, não tendo para além das sempre impossíveis de evitar, arranhadelas, nada de mais grave a referir.

Logo mais à frente, surgiria uma descida com alguma inclinação de início, tornando-se depois muito íngreme e perigosa até junto de um campo de golfe pertencente a um empreendimento imobiliário, que tem ainda muitas obras em curso.

Com proibição de passagem, pela propriedade privada do empreendimento, imposta por um segurança que se deslocava num daqueles carrinhos dos campos de golfe, tivemos que optar por circundar a vedação e partir à descoberta, por trilhos que, sempre vão dar a qualquer lado, não levam a lado nenhum, que são atalhos, que nos metem em muitos trabalhos, mas que de modo algum, nos fariam voltar atrás, pois para frente é que é caminho.

E assim fomos, trilhando o desconhecido por caminhos com muita lama, água, pedras, paus e vegetação, mais largos ou estreitos, com muito mato e até com desbaste de eucaliptos, para a direita e para a esquerda, com o som das motos ao longe e sem vista delas, com a ideia de chegarmos à estrada nacional, até que chegamos à conclusão que estávamos perdidos, enclausurados por uma vedação, mas muito perto de uma estrada, que depois viriamos a saber, ser a que dá acesso à portaria do empreendimento.
Para não termos que voltar para trás, seguir toda a vedação, fomos a corta mato, com as bikes às costas, por entre a vegetação, até um ribeiro e junto a uma pequena cascata, que tivemos que atravessar, e subir uma íngreme ladeira até à referida estrada.



Uma vez mais, se deu valor ao espírito de entre-ajuda do grupo Dar ao Ped@L, e à união de esforços para ultrapassar estes obstáculos e em particular o último, a ladeira em terra muito solta e escorregadia, que o digam o Oliveira e o Mascarenhas, que numa tentativa de ajuda mútua, se enroscaram, com as bikes e com a terra a servir de tapete.


De novo juntos e no asfalto, aproveitamos para pedir ao segurança da portaria, o mesmo que nos impediu a passagem, para nos tirar a foto de grupo e abalamos a toda a força, até o Mascarenhas ter que voltar atrás, pois tinha perdido o seu ciclómetro, talvez na ladeira.

Como não apareceu, fizemos-nos de novo à estrada, até à Nacional 105 e depois foi pedalar com pressinha até Ermesinde, local onde nos separamos e de onde os vários grupos regressaram a casa para, espero eu, lavar a roupinha, as bikes, o corpinho, para o almoçinho e, depois o merecido descanso.
Não foram muitos quilómetros, mas foram os últimos que pedalamos, ou seja, os melhores.
Valdemar Freitas
(António Oliveira, Carlos Gomes, Élio Vieira, Emanuel Mascarenhas, Jorge Bastos, José Carlos, José Sousa, Ricardo Freitas, Rogério Freitas e Vítor Pereira)
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