
Domingo, 14 de Julho de 2013, mais uma fantástica etapa do Circuito NGPS cumprida pelo Dar ao Ped@l, desta feita foi a 6.ª etapa com saída no Sábado, 13 de Julho de 2013 da simpática cidade do Peso da Régua com destino pré-definido em direcção à Capela da Senhora da Serra, no Marão, num passeio que se revestiu de especial importância para todos os participantes, já que foi uma etapa realizada durante toda a noite, logo de uma exigência e concentração extremas e onde estava previsto conforme anunciado pela organização realizar 75 km e 2.500 m de acumulado positivo, sendo que o objectivo principal de todos os participantes é ver a alvorada no cimo da Serra do Marão.

Nesta edição, estivemos presentes 3 elementos do grupo, eu, o resistente Mário Dantas e o estreante Nuno Almeida, que com os seus 32 aninhos levou uma tareia daquelas fenomenais, que só os “velhotes” estão habituados, toma que é para aprenderes, isto não é só letra, é preciso fazer pela vida… quando nós dizemos que custa, ah e tal… custa mesmo. Brincadeiras à parte este foi o passeio do Circuito NGPS que mais me custou fazer e de longe o mais duro, por vários motivos, não obstante, foi também um dos que mais gostei, também por vários motivos.

A logística deste passeio foi relativamente fácil, assim após recolher o meu amigo Nuno Almeida em Fânzeres, às 20:00 horas conforme previamente combinado, seguimos destino até ao Porto para recolher o nosso amigo Mário Dantas, bicicletas e mochilas acondicionadas e era hora de seguir em direcção ao Peso da Régua. A viagem decorreu calma e sem sobressaltos, por volta das 22:00 horas já estávamos na Régua, estacionamos e preparamos tudo para seguir para a nossa aventura. Dirigimo-nos à beira rio, onde estava sediada a organização – os ptdirtriders – levantamos os dorsais e recebemos o respetivo balão com pirilampo para alegrar a noite Réguense ao passar a caravana de ciclistas, estava prevista a partida conjunta mas a hora começou a avançar e a maior parte do pessoal resolveu por as “rodas” ao caminho. Quando estávamos a partir ainda estavam a chegar o pessoal da Ecobike, com o inconfundível Manuel Couto.

Os quilómetros iniciais revelaram-se extremamente agradáveis, calmos e engraçados, já que toda a gente rolava em fila indiana, por um trajecto que tinha aspecto de ser uma antiga linha de comboio – no dia seguinte viria a confirmar no GPS que andamos a pedalar ao longo do Rio Corgo durante a noite e nem nos apercebemos, suspeitávamos que estaríamos à beira rio, porque de vez em quando ouvíamos água a correr e conseguíamos ver declives acentuados do nosso lado esquerdo, alguns pareciam altos, pelo que rolamos sempre com algum cuidado.

A noite foi rolando calmamente, era hora do primeiro lanche, conforme mostra a foto acima. Pelo caminho diversas vezes fomos encontrando elementos da organização fotografando e fornecendo água, ao longo de todo o trajecto, um assinalável feito, já que apesar de ser de noite e o calor não apertar, a falta de pontos de abastecimento de água, logicamente fez-se notar, por motivos óbvios, claro!

De entre as inúmeras, as muitas, já nem sei que adjectivos usar para qualificar todas as subidas que encontramos e subimos pelo caminho até chegar ao cimo da Serra do Marão, esta da foto acima reveste-se de particular interesse, estávamos já, os três, digamos que um pouco a ficar saturados de tanta subida, eu particularmente, já que não me tinha alimentado convenientemente (não jantei) e o corpo estava a ressentir-se dessa má opção, da qual fui único responsável, vai daí paramos neste local, a subir claro, onde também já estavam alguns elementos, incluindo alguns amigos dos Kunalama a descansar um pouco, para tomar de assalto a restante subida em falta, “Quanto falta para chegar lá acima?” perguntava o Nuno, resposta de um amigo betetista, “Para aí uns 300 metros na vertical!”, nova pergunta, desta feita minha: “Isso em quilómetros dá para aí quanto?”, resposta “É pá, não sei ao certo, para aí uns 2 quilómetros!”, bem optei por lanchar novamente ali mesmo e os meus companheiros acederam a fazer-me companhia, porém o lanche não ia para “baixo” de modo algum, a coisa começou a ficar ligeiramente toldada e a má disposição a vir ao de cima, vai daí aplicou-se a máxima usada pelo saudosíssimo Vasco Santana “Peito para fora, barriga para fora, joelhos para, só um momento… foi tudo fora” exacto, foi isso mesmo, virei o barco, vomitei, não aguentei a pressão, os meus companheiros ficaram ligeiramente preocupados, mas o facto é que fiquei muito melhor após o desagradável acontecimento.

É uma pena as máquinas fotográficas e de filmar não consigam captar com fidelidade as paisagens nocturnas que tivemos oportunidade de admirar pelo caminho, a noite é linda e fantástica.

E assim atingimos o “topo do nosso mundo” o cimo da Serra do Marão, na imagem acima está a capela da Senhora da Serra, aos 1.407 metros de altitude, palavras para quê, foi subir até dizer chega, xiça que isto foi duro, mas conseguimos.

Chegados ao topo, tiramos a foto da praxe, e descansamos um pouco atrás de um pequeno muro, de modo a nos protegermos do frio, até que alguém nos indicou que a capela estava aberta, dirigimo-nos até lá e era só pessoal a descansar, uns deitados no chão, outros sentados nos bancos, mas pelo menos abrigados do frio que se fazia sentir no cimo da serra, agora tínhamos que aguardar pelo nascer do Sol, ainda faltavam alguns minutos.

Às 6:09 horas lá se dignou a aparecer o Sol em todo o seu esplendor, ainda que o céu estivesse parcialmente nublado, deu para captar a essência do acontecimento e ficou registado nas nossas memórias para todo o sempre, um espectáculo digno de ser visto e apreciado, quaisquer que sejam as condições, afinal foi por causa disto que pedalamos a noite toda!

Após o nascer do sol, fizemo-nos ao caminho novamente e desta feita com um pouco mais de entusiasmo, já que estávamos à espera de vir “quase” sempre a descer até à cidade do Peso da Régua, pese embora a organização tenha alertado que não era sempre a descer, e digo-vos eu, ó meus amigos, aquilo foi cada parede, no regresso, que nunca mais via a hora de chegar ao carro e vir embora, mas que empeno.

Logo após descermos da capela da Senhora da Serra, tínhamos a subida para as eólicas, um sítio lindo e memorável, sem dúvida, mas que nós fizemos quase tudo para tentarmos não subir, mas optamos por não arriscar a nos perdermos e lá seguimos o trajecto.

Esta foto acima, é um dos trajetos mais “calmos e pacíficos” que encontramos no regresso ao Peso da Régua, até as descidas, que eu adoro, foram duras de tal ordem ao ponto de ter que parar com dores nos braços, de tanto “rock garden” que encontrámos, xiça! Se não era a subir uma parede, era a descer por caminhos empedrados, daqueles que até dói, vocês sabem do eu estou a falar.


Pelo caminho ainda encontrámos muitas subidas, que só não nos desviámos porque, honestamente, tivemos receio de nos perdermos e piorar a nossa situação já um pouco fragilizada. Encontrámos um cafézinho por volta das 9:00 horas da manhã onde estavam alguns companheiros à espera das famosas bifanas, para compor o estômago e a noite em claro. Nós tomámos um café e retomamos o regresso até ao carro.

Estávamos já saturados, quase 12 horas em cima da bicicleta, sem dormir, sem alimentação apropriada, o cansaço fazia-se notar e de que maneira, quando apanhamos a estrada para o regresso a Peso da Régua, faltavam ainda cerca de 15 km, não paramos mais foi sempre a abrir por estrada até chegarmos ao carro. Para nós estava mais que cumprida a 6.ª Etapa do Circuito NGPS – A Alvorada da Senhora da Serra.
E assim passámos uma noite fora de casa, com o devido consentimento das nossas esposas, muito agradável mesmo, mas terrível do ponto de vista físico e psicológico, este foi o passeio mais duro que fiz até hoje, regressámos muito calmamente no domingo de manhã, tendo parado na estação de serviço de Penafiel para tomarmos um café, já que os três acusámos o peso da falta de sono, eu que conduzia, não pude dar-me a esse luxo, esta etapa foi simplesmente fabulosa, na companhia de amigos fantásticos, onde imperou sem sombra de dúvida a boa disposição e o companheirismo, como é habitual no nosso grupo, assim sendo, só resta agradecer aos meus companheiros de aventura o resistente Mário Dantas e ao estreante Nuno Almeida, aqui deixo um grande abraço para eles apenas por serem quem são, por me darem o privilégio da sua amizade e pela sua forma de estar na vida, um factor muito importante para mim.
Este passeio foi dos mais eficazes a todos os níveis, não houve quedas, nem furos, nem tão pouco avarias. Do ponto de vista mecânico foi 100% eficaz. Percorremos 75 km em 12 horas, das quais 8:00 horas a pedalar, subimos dos 54 até aos 1.407 metros de altitude e vice-versa e fizemos um acumulado positivo de 3.298 m, bem longe do que a organização deu como referência os tais 2.500 metros.
Venha o próximo passeio do Circuito NGPS, a 7ª Etapa, “1.º Viana Summer Ride” em Viana do Castelo, que espero seja bem mais leve que este e afigura-se agradável, já que apresenta algumas semelhanças com a etapa da Figueira, ou seja, pedalar nos montes com vistas sobre o mar, a não perder, certamente. Podem saber tudo acerca do deste, do próximo e outros passeios, clicando aqui
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