12 de Outubro de 2014
5.º Passeio Dar ao Ped@L – Douro Vinhateiro
É verdade que este 5.º passeio do Dar ao Ped@L, foi programado para ser o mais belo passeio de bicicleta do planeta, que teve lugar no coração do Douro Vinhateiro, a Região Demarcada mais Antiga do Mundo, Património Mundial, terra de encantos mil ou, como perpetuou o poeta Miguel Torga, para muitos o melhor poeta português do século XX, o REINO MARAVILHOSO.
O Alto Douro Vinhateiro é uma das paisagens naturais mais enigmáticas e características do norte de Portugal.
Protegidos pela Unesco, os seus vinhedos e o néctar que deles brota são símbolos de uma região, levando o nome de Portugal mundo fora. Há muito para ver neste local único, dos miradouros aos marcos históricos, só cá vindo se perceberá esta beleza única que apaixona cada vez mais pessoas.
Aqui, vivemos a experiência de sentir o mais belo passeio do mundo e também a sensação de participar na terra que o mundo que coloca à disposição de todos o afamado Vinho do Porto, vinho mundialmente reconhecido na excelência e que é exclusivamente produzido no Douro Vinhateiro.
Depois de termos participado em vários passeios do nosso grupo ( Dar ao Ped@L), este superou todas as expectativas, graças ao nosso “capitão” Augusto Tomé, que foi incansável no desenhar do track.
Pedalar no Vale do Douro é muito mais que ciclar alcatrão, é sentir a pureza da emoção que a passo-a-passo, aqui, conquista o coração.
E agora deixo aqui mais algumas fotos da passagem por uns trilhos rodeados de vinhas que fizemos.
Nestas encostas sempre que se desce…tem de se subir também, e haja pernas e pulmão para chegar ao fim do nosso destino.
O Miradouro de S. Pedro, em S. João de Lobrigos, concelho de Santa Marta de Penaguião, situa-se a 442 metros de altitude.
O topo do cume permite-nos contemplar várias freguesias do concelho de Santa Marta e também os concelhos vizinhos da Régua e Lamego.
Ao longe o Marão impõe-se na paisagem, qual velho guardador destas paragens. Afinal, para lá do Marão, mandam os que lá estão. Trata-se de um local agradável, que disponibiliza um parque de merendas bem equipado.
O começo,
Concentrados às 07h30 na bombas da Repsol de Ermesinde.
Acondicionadas as bikes nas respectivas viaturas, lá fomos em direcção de Peso da Régua sempre com a esperança do S. Pedro não nos deixar ficar mal.
Devagar,
Iniciamos a nossa pedalada na bonita cidade de Peso da Régua, junto ao rio Douro, estavam percorridos mais ou menos meia dúzia de quilómetros e o primeiro momento de adrenalina surge com a necessidade de descer junto a ponte ferroviária desactivada, sobre o rio Corgo, bem encolhidos e com um olhar fixado no horizonte, o obstáculo foi passado com sucesso.
Depois, começou verdadeiramente a pedalada pela linha, que, aqui e ali, atalha os meandros do rio.
Nas vertentes do rio Corgo bosquejam encostas escarpadas num vale profundo verde e fechado. As encostas da serra estão ornadas com vinhas, e ao longe avistamos o topo da serra do Marão.
A presença humana é detectada por sinais de fumo visíveis nas encostas da serra, que nos socalcos, homens e mulheres com labor e paixão percorrem, cortando as varas, as que estão a mais, e as que estão muito compridas.
Depois deste corte irão nascer outras varas e o fruto, as uvas, que nos irão brindar com sonhos dourados. É no meio destes infinitos socalcos que os sinais de fumo levitam, com a queima das varas, que foram podadas, numa conexão de espiritualidade, homem, natureza.
É deste ciclo vegetativo da videira e do apuro no plantio das castas de vinha, associado ao processo de fermentação do mosto com a aguardente vínica que germina o generoso vinho do Porto.
Pedalada a pedalada, encurtamos a linha. Mais uma foto, mais um olhar, mais uma paisagem que impressiona, tivéssemos nós ali à mão a paleta, pincéis, tintas e a arte de Claude Monet e arrebatávamos para a tela pinceladas livres com as nuances de um rio que perdeu a linha, mas não perdeu a liberdade.
Vistoriar edifícios abandonados é praxe de curiosos, ande-se de bicicleta ou a pé.
Vistoriamos os apeadeiros, pequenos museus com artefactos de uma vida que por aqui já esteve. Olhamos as fachadas, anotamos a preciosidades da sinalética dos sanitários, esta, não subestima o Homem, mas eleva a mulher ao estatuto de Senhora.
Fizemos um desvio antes de chegarmos a Vila Real ( Ermida) fomos em direcção às vinhas do famoso vinho do Porto ( serpenteamos no meio delas), até à hora de almoço, na vila de Santa Marta Penaguião.
A barriga já queria alimento e chegados a Santa Marta Penaguião, pergunta-mos a um aldeão aonde se comia bem e barato.. Foi-nos informado “ RESTÃORANTE” Santo António “carago”.
Lá subimos, fomos contemplados com o leitão assado no forno, cabrito e “montes” canecas do tal vinho de Santa Marta.
Por fim no repasto!!! O chipiripiti da malta, era só consumir e espalhar a alegria deste magnifico grupo… Que o diga o Freitas, o homem do vapor e por fim o amigo do bigodes ( obrigado mãe).
Enaltecemos ao nosso “caçula” Fábio a paciência em tomar conta das meninas enquanto almoçava-mos.
O regresso à cidade da Régua foi consumado pela estrada, que, atravessa pequenas aldeias, com a vantagem de ser sempre a descer. Aqui e ali espreitávamos a linha do comboio que nos tinha levado a Vila Real, num exercício de engenharia, avaliamos a cota entre a estrada onde nos encontramos e a linha, ajuizando o trabalho duro e árduo que foi necessário para que o comboio chegasse a Vila Real em 1 de Abril de 1906.
Vendedoras ambulantes apregoam os típicos rebuçados da Régua. Atravessamos a cidade até ao cais, local de onde partem e chegam os barcos de turismo que cruzam o rio Douro.
O dia começa por uma serena liberdade, de cor, cheiros e sons que brotam da paisagem natural que circunda a aldeia, tendo como fundo o rio Douro.
Do alto da capelinha de S. Pedro avistamos a magnifica paisagem do Douro com o rio em pano de fundo.
Fomos interceptados com um grupo de senhoras bem dispostas e brindaram-nos com um copo de vinho do Porto aonde tiraram umas fotos com o nosso grupo para a posteridade.
Pedalamos por entre caminhos de montes e de vinhas enfileiradas, sempre com um olhar sóbrio às águas silenciosas do Douro.
Há uma dificuldade em escolher a paisagem, contemplamos, contemplamos, a decisão é difícil, o momento é único e real, ele está lá ao fundo, vamos ter com ele.
Regresso a nossas casas,
Os carros tinham um aditivo fora do normal… talvez fosse o cheiro do mosto.. andavam que se fartavam.
Antonio Magalhães
Antonio Oliveira
Armando
Rui Teixeira
Pedro Ferreira
Valdemar Freitas
Alexandre Aires
Jorge Bastos
Fábio Pereira
Henrique Cardoso
Augusto Tomé
Nuno Almeida
José Pires
Martinho Sousa