Agendado praticamente desde o nosso jantar de Natal, realizou-se no passado domingo, dia 12, o nosso 6.º Passeio Dar ao Ped@l, desta feita fomos percorrer a Ecopista da Linha do Tâmega, desde Amarante até à localidade de Arco do Baúlhe, numa extensão de aproximadamente 40 km, perfazendo o grupo na ida e volta, um total de +/- 82 km, mais coisa menos coisa.
No decorrer destes meses, semanas e dias antecedentes ao passeio, fomos delineando toda a logística para que tudo corresse pelo melhor, estando o almoço a cargo do nosso presidente António Oliveira, que esteve na iminência de não participar, por razões de saúde, mas tudo se resolveu pelo melhor.
Este foi o nosso passeio mais participado de sempre, temos que agradecer também a S. Pedro, o meteorologista, já que deu uma forte contribuição para tal participação em massa.
Para além de mim, estiveram presentes os seguintes elementos do grupo:
Frederico Reis Lima, Carlos Cunha, Alexandre Aires, Armando Teixeira, Jose Pires, Henrique Cardoso, Domingos Queiroz, Antonio Magalhaes, Eduardo Batista, Oliveira António, Carlos Filipe Duarte, Pedro Tiago Ferreira, Rui Teixeira, Nuno Almeida, Mario Dantas, Jorge Oliveira, Jose Pinto, Martinho Sousa, Cesar Pinto, Fábio Pereira, Jose Branco Jose Vieira, Delfim Cardoso e o Valdemar Freitas.
Os nossos amigos e companheiros da secção do centro do Dar ao Ped@l: Rui Miguel Azevedo e Filipe Vaz.
Tivemos a participação do autor do nosso logótipo o Luís Gomes, presença que muito nos honrou, mais ainda, sabendo de antemão que o Luís vai para 2 anos que não dava uma volta de bicicleta, o que dizer? Bem Luís, esteve à altura, imagino que deva ter custado bastante, mas sofreu silenciosamente e percorreu os 80 km como todos e muito bem! Parabéns.
Neste dia fantástico acompanharam-nos ainda 2 amigos do Martinho Sousa, é claro que estiveram à altura do acontecimento, esperamos que tenham gostado da companhia.
E lá fomos nós, 29 betetistas, isso mesmo, 29, depois de nos deslocarmos do Porto até Amarante nas nossas viaturas, estacionamos junto à GNR em Amarante, perto donde começa a Ecopista do Tâmega, todos equipados a rigor, bicicletas afinadas e prontas a pedalar até Arco de Baúlhe, fotos de grupo, da praxe, tiradas mesmo na lateral da Igreja de S. Gonçalo de Amarante, que foi também o local da nossa partida.
Arrancamos, um pouco além da hora prevista, 9:30 horas, logo no início da Ecopista, realizava-se também uma caminhada solidária contra os maus tratos, tendo os organizadores oferecido a todos os elementos do grupo um laço de cor azul claro, símbolo desta acção, nós agradecemos, elogiamos a acção e continuamos o nosso caminho, que dado o número de pessoas a participarem na acção, dificultou só um bocadinho a progressão inicial, mas com cuidado e alegria, lá seguimos sem percalços, notamos que esta é uma Ecopista bastante concorrida, sinal de que os hábitos das pessoas estão a mudar, seja numa cidade do litoral, seja numa cidade do interior, as pessoas já perceberam que a actividade física faz bem, ao físico e à alma!
Após as primeiras pedaladas, com o grupo ainda em fase de aquecimento, chegamos ao Túnel de Gatão, o único que atravessamos neste percurso, local onde também fizemos uma breve paragem para reagrupar.
Com o pessoal todo junto, continuamos… passamos a Estação de Gatão, mais á frente a Ponte de Santa Natália, a Estação de Chapa, a Ponte das Carvalhas, a Estação de Codeçoso, a Ponte de Barreirinho e o apeadeiro de Lourido, aqui, um pouco antes do apeadeiro existe um desvio até à Ponte de Arame, uma ponte de construção “artesanal” que atravessa o rio Tâmega, não a fomos visitar, o grupo viajava demasiado alongado e com as pequenas paragens para agrupamento e pelo numero de elementos, não foi fácil conjugar esta visita, pelo que não insisti e continuámos viagem normalmente. Uma chamada de atenção a quem estiver a ler sobre estas palavras, tanto quanto sei não é possível atravessar a Ponte de Arame, já que está interdito o seu atravessamento dado o estado avançado de degradação, usem de extremo cuidado, respeitem sempre todos os avisos, por favor!
Chegámos à Estação de Celorico de Basto, novo reagrupamento, donde seguimos novamente, todos juntos, alegres e felizes, passamos a Ponte de Caniço, a Ponte de Matamá e chegamos à Estação de Mondim de Basto, continuámos.. passamos o Apeadeiro de Padredo, a Estação de Canêdo, o apeadeiro de Vila Nune e por fim chegámos a Arco de Baúlhe – o nosso destino, ainda não eram 13 horas, o que equivale a dizer que fizemos aproximadamente 3 horas de Amarante até Arco de Baúlhe, em ritmo de passeio, com tempo para apreciar as lindíssimas paisagens que encontramos ao longo de todo o percurso.
Este é um passeio muito acessível e de fácil acesso a todos os que queiram fazê-lo, apesar da distância 80 Km, ida e volta, a dificuldade não é um entrave, atrevo-me mesmo a dizer que é uma Ecopista acessível a uma passeio em família e ou amigos, mesmo sem grande experiência ou treino.
Já em Arco de Baúlhe, lá fomos até ao restaurante previamente agendado, onde nos aguardava uma mesa debaixo de um guarda-sol tipo tenda daqueles que se usam nas festas e que cobria a totalidade da mesa, instalados, confortáveis, tratamos de nos refastelar com as entradas e o churrasco misto servido, claro que tudo isto foi muito bem regado com um vinho verde fresquinho, que caiu muito bem, dado o calor que se fazia sentir.
No decorrer do almoço, pese embora eu já soubesse antecipadamente, o nosso amigo e companheiro José Pinto “o bombeiro” presentou-nos, a todos, ou seja ao grupo, com uma belíssima lembrança em vidro, evocando este passeio, o nosso 6.º.
Com as entranhas satisfeitas, salvo seja, …sobremesas bem comidas, outra vez, sobremesas bem comidas… verdade Delfim Cardoso? Cafézinhos tomados e respectivos aperitivos, era chegada a hora de nos fazermos ao caminho novamente, assim fizemos, sem mais demoras.
Ainda tivemos tempo para visitar o Museu das Terras de Basto, que integra um Centro Documental e um Núcleo Ferroviário, na antiga Estação de Arco de Baúlhe.
Em verdade, antes tivéssemos demorado um pouco mais e talvez algo fosse diferente… ou então não, talvez já tivesse que ser assim, iniciamos o nosso percurso e tudo corria bem, mas com o entusiasmo inicial de pedalar em direcção a Amarante, logo após os primeiros quilómetros o nosso amigo e companheiro Henrique Cardoso, teve um ligeiro toque ao tentar passar pela lateral de uma daquelas barreiras, com o intuito de reduzir a velocidade, e o resultado não podia ter sido mais desastroso! O nosso amigo Henrique caiu, tendo feito um traumatismo craniano.
A avaliar pelo estado em que ficou o capacete e o enorme papo que o Henrique tinha na cabeça, já não falando naqueles rasgões visíveis nos braços e pernas, a coisa não se afigurava muito boa para o nosso amigo, chamado o INEM de imediato, com 29 betetistas, mais os curiosos, a coisa não foi fácil de gerir, criou-se um burburinho daqueles. Além do INEM veio outra ambulância do INEM desta feita com um médico e/ou enfermeiro para avaliar o estado e estabilizar o nosso amigo in loco, o tempo foi passando e entretanto lá chegaram as ambulâncias quase ao mesmo tempo, imobilizaram o nosso amigo Henrique, que no meio disto tudo perdeu os sentidos, e não tinha a mínima noção do que lhe tinha acontecido, infelizmente eu sei o que isso é, porque já passei por uma situação idêntica.
Bom, o médico tranquilizou-nos um pouco logo ali, dizendo que não deveria ser nada de grave, mas contudo o Henrique iria ser levado para o Hospital do Vale do Sousa em Penafiel, para dissipar qualquer dúvida, e ainda bem que foi, o Henrique esteve em observação 24 horas, tendo alta na 2.ª feira, e tenho a certeza, pregou-nos um susto a nós e ele certamente também não ganhou para o susto. Muita saúde caro amigo!
Claro, que não poderia faltar um episódio à tuga, a ambulância com o médico foi-se embora e a outra onde estava o nosso amigo não pegou, o que deu logicamente umas fotos hilariantes, criticas e algumas bocas foleiras à mistura, e até quem ficasse zangado, com razão diga-se!
Não poderia falar deste episódio, sem mencionar no sentido mais positivo que se possa pensar, no nosso companheiro e amigo o José Pinto, carinhosamente conhecido entre nós pelo bombeiro, para mim é o Filipe, este amigo esteve do primeiro ao último minuto no activo a acompanhar, sossegar, acarinhar, cuidar, estabilizar, imobilizar, falar, e tudo o que um bombeiro normalmente faz nestas situações. Obrigado Filipe, ainda bem que tenho o privilégio de ser teu amigo. É claro, que este nosso amigo, é mesmo bombeiro, não de profissão, mas por vocação.
Este Homem, ganhou o meu respeito, quando sem qualquer treino, fez no ano passado o NGPS da Senhora da Serra, desde Mesão Frio até ao ponto mais alto do Marão, acima dos 1.400 metros de altitude, de noite, não é para todos, acreditem.
Bom, voltando ao nosso passeio e ao nosso amigo Henrique Cardoso, que entretanto seguiu para o hospital, os outros lá viemos com calma, e ligeiramente preocupados, e verdade seja dita, o passeio já não foi o mesmo, o Delfim Cardoso, irmão do Henrique, preocupado, naturalmente e ansioso para chegar a Amarante e dirigir-se ao hospital para saber do estado do irmão e dar-nos notícias.
Felizmente, correu tudo bem para o Henrique e não poderia haver melhor notícia para finalizar em grande o rescaldo do passeio.
Um passeio lindíssimo, paisagens lindíssimas, amigos fantásticos, companheiros para uma vida, é por estas e muitas outras razões, que eu adoro o BTT, mesmo.
Muito mais haveria para relatar, e cada um de nós teria um episódio para aqui descrever, pois bem façam-no, é disso que é feito o Dar ao Ped@l, é por estas e muitas outras razões que o nosso grupo é único, fantástico e o melhor do mundo e arredores.
Um forte abraço a todos vós, companheiros!
The Captain (99)