Pias
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29 de Abril de 2012
No passado Domingo, seguindo uma sugestão do Martinho Sousa, que seria o nosso guia, fomos Dar ao Ped@L para a Serra de Pias, em Valongo, trilhando um percurso que na sua maioria seria em terra, piso ideal por isso mesmo, para as nossas máquinas de montanha, as nossas bicicletas de todo-o-terreno e outras máquinas motorizadas.
Com promessas de muita chuva e nem vê-la, saímos de todos de casa, sem os apropriados impermeáveis e outros apetrechos para a dita cuja, que mais tarde bem falta nos fizeram.
Com o grupo composto por dez participantes (estreia do Tiago Costa e regresso do Anastácio Sousa) e já todo reunido no Alto da Maia, saímos em direcção à Santa Rita, subimos até ao Alto de Valongo, descemos até ao centro da cidade e dirigimo-nos para a freguesia de Campo, onde iríamos encontrar o começo da estrada de terra que nos levaria ao alto da serra de Pias.
Atravessamos parte da freguesia de Campo, primeiro por asfalto, depois por uma estrada em recta, de paralelos e, bem antes de entrarmos na terra, tivemos mais uma adesão ao grupo, uma presença não esperada e que nos iria acompanhar por muitos quilómetros, por todas as subidas e descidas, até à aldeia de Couce, o nosso segundo guia, um cão que deverá ser companhia regular dos pedalistas que escolhem Pias, tal a sensação que nos deu de conhecer bem o nosso destino e dos caminhos que deveríamos seguir.
Com o Martinho a ter algumas dúvidas no início, pois há muito que não fazia este percurso, ainda tivemos um ou outro engano que logo foi resolvido e entramos na direcção correcta, sempre a subir, primeiro ligeiramente, pelo meio mais acentuadamente com uma subida mais extensa e por fim, com subidas tipo escadas, ou seja, subida, plano, subida, plano, até chegarmos ao planalto no cimo da serra, local de acampamentos e de descidas de parapentes e com uma bela vista, para a aldeia de Couce, para a encosta da serra de Santa Justa e para terras de Gondomar e além.
Neste local, encontramos muitos outros bttistas que como nós são presença domingueira em trilhos como este, quer seja aqui na serra de Pias, na serra de Santa Justa, em Alfena, na Agrela ou por aí, como são o caso dos Bike Team ou os Doidos por Lama e outros pedalistas aventureiros.
Tirada a foto de grupo por um pedalista (José Pires) que lá se encontrava com o seu amigo, seguimos viagem, já com a companhia destes dois amigos, em direcção à “Santa” e às ditas pias, concavidades nas rochas que que dão nome à serra.
O sítio conhecido por “Santa de Pias”, não é nenhum local de culto religioso mas apenas um local onde alguém colocou uma santa, penso que a Nossa Senhora de Fátima, num recanto entre um conjunto rochoso, que possui algumas das pias, inclusivé, a maior e mais funda de todas elas.
Depois de mais umas fotos “para mais tarde recordar” e de umas palavrinhas trocadas com os dois amigos que a nós se juntaram, também eles para conhecerem a “Santa” e as pias, sobre outras experiências por eles vividas, nestas andanças pedalísticas, como o ir do Porto a Fátima em dois dias, pelos montes, ou o ir de Tróia a Sagres, sempre pela Costa Vicentina, iniciamos a descida até à aldeia de Couce, ainda na companhia desses dois amigos, que um dia destes, haverão de voltar a pedalar connosco.
A descida até Couce, em piso de terra com diversos estados, ora com bastante pedra solta, ora em degraus onde predominava mais rocha do que terra, até mesmo ao piso em terra com algumas poças de água e regos mais ou menos profundos, proporcionou-nos a mais electrizante adrenalina da manhã, que só viria a diminuir com a grande chuvada que nos brindou, já perto de Couce e que nos levou a abrigarmo-nos sob umas frondosas árvores, à margem do rio Ferreira.
Teimosa em não parar, cada vez mais intensa, com a hora do almoço a aproximar-se a passos largos, metemo-nos à estrada de paralelos que vai até Valongo e apanhamos um grande banho que nos encharcou todo o corpinho, literalmente da cabeça aos pés.
Valeu-nos uma vez mais, os cafézinhos que ainda paramos para tomar, no café/bar da Sociedade Columbófila da Azenha e que nos aqueceram um pouco, para o restante percurso que ainda tinhamos pela frente, subir até ao Alto de Valongo e regressarmos todos satisfeitos pelo prazer que mais uma bela manhã de pedaladas, mesmo que molhadas, nos proporcionou a todos.
Participaram nesta bela aventura, o regressado Anastácio Sousa, irmão dos outros dois Sousas, o António Oliveira, o Emanuel Mascarenhas, o Jorge Bastos, o Jorge Oliveira, o José Sousa, o Mário Dantas, o Martinho Sousa, o estreante Tiago Costa, que se portou muitissimo bem, e eu, Valdemar Freitas, que escrevi a crónica, para além dos dois amigos que connosco fizeram parte do caminho e ainda, o fiel canino, que só nos abandonou quando nos metemos ao dilúvio.
O GPS dele, não funciona à chuva…
Até à próxima.
19 de Fevereiro de 2012
A coisa prometia, no primeiro ponto de encontro, no Alto da Maia, já estavámos nove pedalistas, prontos para irmos pedalar para o monte e ainda faltava chegar o Frederico, que estava um pouco atrasado, mas que já vinha a caminho.
No Alto de Valongo, esperavam por nós, mais três pedalistas já residentes e uma surpresa, dois novos pedalistas que a nós se quiseram juntar por não terem mais companhia.
Foram eles o Daniel Lopes e o Pedro Teixeira que vieram da Maia e da Senhora da Hora e que acabaram por nos acompanhar até ao fim das nossas aventuras, nos trilhos das serras de Santa Justa e de Pias.
Mas, ainda se havia de juntar a nós, o amigo Óscar, lá para os lados do antigo sanatório da Santa Justa.
A coisa confirma-se, estava batido o recorde de participações e atingido o bonito número de dezasseis pedalistas, a Dar ao Ped@L num belo Domingo de manhã, com sol e pouco frio para uma manhã de Fevereiro.
Mas muito mais há para contar sobre esta aventura nas serranias de Valongo, que começou no Alto de Valongo e que até chegar ao sanatório, por caminhos de terra já conhecidos por alguns dos pedalistas, ainda passou pelo amplo e alto espaço onde se situa a capela e num caminho mais estreito, por um velho moinho em ruínas.
A verdadeira e louca “adrenalina” ainda estava para vir, logo após deixarmos para trás os senhores do paintball, de camuflados vestidos e que se preparavam para mais uns tirinhos, no cenário de guerra que é o edíficio em ruínas do velhinho sanatório.
Daqui, no começo por estrada larga em terra, depois uma parte ao jeito de single track e ainda numa parte em empedrado, é sempre a descer até chegarmos à estrada Santa Justa-S. Pedro da Cova e mais propriamente ao senhor das velharias do “Planeta Azul”, onde velhas glórias de pedais, de duas e mais rodas, de um a três selins, que já tiveram melhores dias, esperam novos donos e é claro, novas andanças.
Era ver o Jorge Bastos a pedalar numa velhinha bicicleta de três selins e numa outra de dois lugares, lado a lado, com o Vítor, todos felizes da vida em terem experimentado tais máquinas velocipédicas.
Passadas as brincadeiras de meninos e de mais algumas fotos que as registam, eis-nos de novo nos trilhos de terra que desta vez nos hão-de levar pelas encostas da serra de Santa Justa até á estrada que liga Couce a S. Pedro da Cova.
Este trilho tem alguma pedra de início, alguns regos em terra e nas rochas e apesar de ter pouca inclinação, torna-se um trilho rápido pois as pendentes são sempre a descer.
Por isso mesmo, pela velocidade que se atinge, é que o Mascarenhas perdeu em andamento a sua máquina fotográfica (3ª vez que lhe acontece) e colocou treze pedalistas à procura da dita cuja, no meio da vegetação circundante.
Todos à cata, no meio dos arbustos e das ervas, para cima e para baixo, mais perto ou mais afastados do local onde ela poderia ter caído e a ver passar a grande velocidade outros grupos de bttistas, que indiferentes ao que se passava connosco, seguiam os seus trilhos, deixando-nos a nós para trás e sem esperança que a máquina aparecesse.
Já o dono tinha desistido e o restante grupo pronto para partir e eis que, bem afastada do plausível local de perda, ela me surge aos olhos, num montinho de erva perto de um pequeno tronco de um eucalipto.
Não foi ainda desta (à terceira não foi de vez) que o Mascarenhas deixa de nos tirar mais fotos e ainda bem que assim é pois a malta até gosta das fotos, mas por favor, “vê se guardas melhor a máquina que leva muito que contar”, a gente agradece.
Toca a pedalar e a ir de encontro ao trio que se adiantou e por nós ficou à espera na enorme clareira que antecede a muito conhecida descida do “gasoduto” , que nenhum de nós arrisca, por enquanto descer, onde apreciamos um grupo que a desceu com alguma velocidade e onde tiramos a belíssima foto de grupo, a tal do recorde de participações.
Daqui, voltamos ligeiramente atrás e seguimos pela direita em direcção às Fragas do Diabo, por um trilho com vistas lindíssimas para as escarpas sobre o rio Ferreira, mas algo complicado por causa das pedras e das vertigens que a alguns causou.
Após uma paragem forçada por causa de um furo, que a malta aproveitou para comer as bananinhas e as barritas e matar a sede, seguimos pela estrada até Couce para o que viria a ser a segunda parte deste Dar ao Ped@L, a mais difícil, a mais cansativa, a “grande esfrega”.
Indecisos quanto ao resto do percurso que haveríamos de fazer, não como “tolos no meio da ponte”, pois essa já a tinhamos passado, decidimos aceitar a sugestão do Nuno Meca e fazer um trilho circular na serra de Pias, com regresso à ponte de Couce.
Com menos quatro que mais cedo voltaram a casa, seguimos nós, os restantes, a estrada à direita da ponte e junto ao rio Ferreira, por pouco tempo em plano, depois sempre a subir, subida após subida, ora a pedalar nas mais baixas velocidades ora mesmo com elas pela mão, quando nos falhava a pedalada nalguma pedra ou as pernas respondiam que não.
Mas sobe-se, tivemos que subir, fomos subindo, pouco a pouco até chegar “às alturas”, a um miradouro com vista para aldeia de Couce, para as encostas de Santa Justa e para o que agora tinhamos que descer, a bel prazer.
Mas o descer, às vezes engana, às vezes não é fácil, e neste caso, parece que a excepção quis confirmar a regra, tivemos uma queda na descida com mais pedras soltas por metro quadrado de todo o percurso, tivemos ainda mais um furo e pasme-se, logo após iniciarmos a descida, surgiu-nos mais uma subida, que já não deveria, tão pouco existir.
Tirando as excepções da descida, o resto foi mesmo normal, sempre a pedalar encosta abaixo até à ponte de Couce, atravessar a aldeia e fazer o trilho ecológico a par do Ferreira até entrarmos de novo na estrada que nos haveria de levar até ao Café Brigantino, local da bendita e já tardia, caféina domingueira, o necessário dopping qb para o esforço da subida até ao Alto de Valongo e para o regresso a casa.
Valdemar Freitas
(António Oliveira, Daniel Lopes, Élio Vieira, Emanuel Mascarenhas, Frederico Lima, Jorge Bastos, Jorge Oliveira, José Sousa, Mário Dantas, Nuno Meca, Óscar Ramalho, Pedro Teixeira, Rogério Freitas, Vítor Godinho e Vítor Pereira)
Mais fotos em: https://www.facebook.com/#!/media/set/?set=oa.349068441790276&type=1
1 de Dezembro de 2011
Em dia de comemorações da Restauração da Independência, por sinal um dos dois feriados civis que o governo do estado, pretende eliminar, por razões puramente económicas, nós pelo contrário, não nos poupamos a esforços e levantamo-nos, bem cedindo para mais um valente dispêndio de energias.
As pedaladas de hoje, tinham como objectivo fazermos mais um trilho em terra nas serranias de Valongo, mais propriamente nas encostas das serras de Santa Justa e de Pias, percorrendo alguns caminhos já conhecidos pelo nosso elemento, o José Sousa e outros estradões, também já conhecidos pelas caminhadas nocturnas de outros elementos, como eu, o José Carlos, o Oliveira e o Mascarenhas.
Em primeiro lugar, reuniu-se a malta no Alto da Maia (4) e na Areosa (3) e partimos sete pedalistas, descendo em asfalto pela Circunvalação até Rebordões, com passagem pelo antigo mercado/feira de Rio Tinto e, depois sempre a subir desde a rotunda da Igreja, passando pela Venda Nova, Vale Ferreiros, até chegarmos ao alto de Valongo, à rotunda com uma escultura de 5 pétalas de lousa e um globo, que simbolizam as 5 freguesias do concelho de Valongo, a saber, Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo.
Foi uma valente subida que teve o condal de nos separar em dois grupos, não espaçados por muito tempo
Paragem para acalmar um pouco, para o Jorge fazer mais umas afinações nas bikes, do Mário e na minha e ainda para uma ou duas fotos de grupo e já nos sentíamos preparados para a terra, para a adrenalina alta, para a aventura.
Logo na descida para Valongo, antes da antiga discoteca Romano’s, cortamos à direita numa estrada larga em terra, seguindo o Sousa que já conhecia o trilho, tendo como primeiro destino a Capela de Nossa Senhora de Chãos, edificada num pequeno planalto da serra de Valongo, datada de 1625.
Sítio muito interessante, em que nunca tinha estado e donde partimos, desta vez com destino ao antigo sanatório, local actualmente muito utilizado para quem pratica paintball, entre muitas outras coisas, não dignas de interesse para esta crónica.
Pelo caminhos de terra que fizemos até aqui, uns estreitos, outros mais largos, mas sem grandes dificuldades, passamos ainda pelas ruínas de um antigo moinho de vento, de pedra à vista, e que, com muita pena minha, não ter nunca sido restaurado nas suas antigas funções.
Do velhinho sanatório (que dizem estar assombrado pelas alminhas dos que lá morreram com a tuberculose) em diante, a coisa prometia ser mais difícil e libertar mais adrenalina à malta do Dar ao Ped@L, assim o esperavam os mais audazes.
Do prometido ao devido, tudo foi mesmo realidade e logo após uma pequena descida, numa estrada que já foi de paralelos, entramos à esquerda novamente na terra, subindo a encosta, para logo depois iniciarmos um lindíssimo trilho, muito estreito e entre vegetação rasteira, bem sulcado pela constante passagem de bttistas e ligeiramente inclinado.
Terminado este trilho estreito, descemos até à estrada que liga Valongo a S. Pedro da Cova, também por um trilho muito bonito, mais largo e também mais fechado pela vegetação e a lembrar alguns dos caminhos de Santiago.
Atravessada a estrada de asfalto, e logo na subida que dá para a igreja de Santa Justa, junto de uma casa e de um cruzeiro, viramos à direita e demos início ao melhor trilho de terra, com descidas pouco acentuadas, com muita pedra, regos, lenha, água e lama, que se tornou cada vez mais rápido e a libertar adrenalina aos aventureiros, mas também a requerer mais perícia e segurança, para que não houvesse quedas.
É um trilho largo, longo, sempre com inclinação pendente, que proporciona saltos, com muitos obstáculos naturais, provocados pela erosão e pela água das chuvas, mas também artificiais, desta feita deixados pelos rodados dos jipes e das motos, com as quais também nos cruzamos.
Feito este trilho, fomos desembocar numa clareira, no cimo de uma encosta e perto de uma grande descida, que nenhum de nós ousou descer e que tinha umas bonitas vistas, para S. Pedro da Cova e para as encostas de Pias e Santa Justa.
Optamos por descer por outra estrada em terra, com uma descida mais suave e que liga a uma outra em asfalto, com bastante inclinação, que por sua vez vai cruzar com a estrada que liga o concelho de Gondomar com o de Valongo e que dá acesso à aldeia de Couce, neste último concelho.
Até à entrada que delimita a fronteira, local assinalado com uma placa do Parque Paleozóico de Valongo, a estrada é asfalto, passando a terra à entrada de Couce.
Como ainda era cedo, resolvemos atravessar a ponte sobre o rio Ferreira e fazer mais uns trilhos no lado de Pias, à aventura, virando à direita e subindo a estrada até um cruzamento onde viramos para as mais complicadas passagens desta manhã, uma subida com a bike pela mão e uma descida muito íngreme, com muito barro húmido e impossível de descer e que logo no inicio ainda provocou umas pequenas quedas a quem quis ousar descer montado.
À parte estes imprevistos, nada mais a assinalar até aqui e de seguida voltamos a cruzar a ponte e tomamos o rumo da aldeia de Couce, muito bonita e inserida no meio da natureza.
Daqui, optamos por seguir o trilho das caminhadas e não a estrada em paralelos e logo no início dá-se a queda espectacular do Mascarenhas, ao tentar ser acrobata em vez de pedalista, e arriscar passar por um caminho em forma de muro em terra e com declives em ambos os lados. Foi queda na certa e só não deu lugar a problemas de maior pois ele foi rápido a saltar e a libertar-se da bike.
Valeu o susto para emenda e toca a seguir este trilho, sempre com o rio Ferreira como companhia até à estrada que nos iria levar de volta ao centro de Valongo, aos cafézinhos e às tormentas finais, as consequentes avarias das correntes da bike do Mascarenhas a que o Jorge só venceu, à terceira tentativa.
Foi mais um excelente Dar ao Ped@L com muito pedalar e estórias para contar.
Mais fotos em: https://www.facebook.com/groups/dar.ao.pedal/#!/media/set/?set=oa.295809113782876&type=1