1 de Dezembro de 2011
Em dia de comemorações da Restauração da Independência, por sinal um dos dois feriados civis que o governo do estado, pretende eliminar, por razões puramente económicas, nós pelo contrário, não nos poupamos a esforços e levantamo-nos, bem cedindo para mais um valente dispêndio de energias.
As pedaladas de hoje, tinham como objectivo fazermos mais um trilho em terra nas serranias de Valongo, mais propriamente nas encostas das serras de Santa Justa e de Pias, percorrendo alguns caminhos já conhecidos pelo nosso elemento, o José Sousa e outros estradões, também já conhecidos pelas caminhadas nocturnas de outros elementos, como eu, o José Carlos, o Oliveira e o Mascarenhas.
Em primeiro lugar, reuniu-se a malta no Alto da Maia (4) e na Areosa (3) e partimos sete pedalistas, descendo em asfalto pela Circunvalação até Rebordões, com passagem pelo antigo mercado/feira de Rio Tinto e, depois sempre a subir desde a rotunda da Igreja, passando pela Venda Nova, Vale Ferreiros, até chegarmos ao alto de Valongo, à rotunda com uma escultura de 5 pétalas de lousa e um globo, que simbolizam as 5 freguesias do concelho de Valongo, a saber, Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo.
Foi uma valente subida que teve o condal de nos separar em dois grupos, não espaçados por muito tempo
Paragem para acalmar um pouco, para o Jorge fazer mais umas afinações nas bikes, do Mário e na minha e ainda para uma ou duas fotos de grupo e já nos sentíamos preparados para a terra, para a adrenalina alta, para a aventura.
Logo na descida para Valongo, antes da antiga discoteca Romano’s, cortamos à direita numa estrada larga em terra, seguindo o Sousa que já conhecia o trilho, tendo como primeiro destino a Capela de Nossa Senhora de Chãos, edificada num pequeno planalto da serra de Valongo, datada de 1625.
Sítio muito interessante, em que nunca tinha estado e donde partimos, desta vez com destino ao antigo sanatório, local actualmente muito utilizado para quem pratica paintball, entre muitas outras coisas, não dignas de interesse para esta crónica.
Pelo caminhos de terra que fizemos até aqui, uns estreitos, outros mais largos, mas sem grandes dificuldades, passamos ainda pelas ruínas de um antigo moinho de vento, de pedra à vista, e que, com muita pena minha, não ter nunca sido restaurado nas suas antigas funções.
Do velhinho sanatório (que dizem estar assombrado pelas alminhas dos que lá morreram com a tuberculose) em diante, a coisa prometia ser mais difícil e libertar mais adrenalina à malta do Dar ao Ped@L, assim o esperavam os mais audazes.
Do prometido ao devido, tudo foi mesmo realidade e logo após uma pequena descida, numa estrada que já foi de paralelos, entramos à esquerda novamente na terra, subindo a encosta, para logo depois iniciarmos um lindíssimo trilho, muito estreito e entre vegetação rasteira, bem sulcado pela constante passagem de bttistas e ligeiramente inclinado.
Terminado este trilho estreito, descemos até à estrada que liga Valongo a S. Pedro da Cova, também por um trilho muito bonito, mais largo e também mais fechado pela vegetação e a lembrar alguns dos caminhos de Santiago.
Atravessada a estrada de asfalto, e logo na subida que dá para a igreja de Santa Justa, junto de uma casa e de um cruzeiro, viramos à direita e demos início ao melhor trilho de terra, com descidas pouco acentuadas, com muita pedra, regos, lenha, água e lama, que se tornou cada vez mais rápido e a libertar adrenalina aos aventureiros, mas também a requerer mais perícia e segurança, para que não houvesse quedas.
É um trilho largo, longo, sempre com inclinação pendente, que proporciona saltos, com muitos obstáculos naturais, provocados pela erosão e pela água das chuvas, mas também artificiais, desta feita deixados pelos rodados dos jipes e das motos, com as quais também nos cruzamos.
Feito este trilho, fomos desembocar numa clareira, no cimo de uma encosta e perto de uma grande descida, que nenhum de nós ousou descer e que tinha umas bonitas vistas, para S. Pedro da Cova e para as encostas de Pias e Santa Justa.
Optamos por descer por outra estrada em terra, com uma descida mais suave e que liga a uma outra em asfalto, com bastante inclinação, que por sua vez vai cruzar com a estrada que liga o concelho de Gondomar com o de Valongo e que dá acesso à aldeia de Couce, neste último concelho.
Até à entrada que delimita a fronteira, local assinalado com uma placa do Parque Paleozóico de Valongo, a estrada é asfalto, passando a terra à entrada de Couce.
Como ainda era cedo, resolvemos atravessar a ponte sobre o rio Ferreira e fazer mais uns trilhos no lado de Pias, à aventura, virando à direita e subindo a estrada até um cruzamento onde viramos para as mais complicadas passagens desta manhã, uma subida com a bike pela mão e uma descida muito íngreme, com muito barro húmido e impossível de descer e que logo no inicio ainda provocou umas pequenas quedas a quem quis ousar descer montado.
À parte estes imprevistos, nada mais a assinalar até aqui e de seguida voltamos a cruzar a ponte e tomamos o rumo da aldeia de Couce, muito bonita e inserida no meio da natureza.
Daqui, optamos por seguir o trilho das caminhadas e não a estrada em paralelos e logo no início dá-se a queda espectacular do Mascarenhas, ao tentar ser acrobata em vez de pedalista, e arriscar passar por um caminho em forma de muro em terra e com declives em ambos os lados. Foi queda na certa e só não deu lugar a problemas de maior pois ele foi rápido a saltar e a libertar-se da bike.
Valeu o susto para emenda e toca a seguir este trilho, sempre com o rio Ferreira como companhia até à estrada que nos iria levar de volta ao centro de Valongo, aos cafézinhos e às tormentas finais, as consequentes avarias das correntes da bike do Mascarenhas a que o Jorge só venceu, à terceira tentativa.
Foi mais um excelente Dar ao Ped@L com muito pedalar e estórias para contar.
Mais fotos em: https://www.facebook.com/groups/dar.ao.pedal/#!/media/set/?set=oa.295809113782876&type=1