Natal
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22 de Dezembro de 2013
Passeio de Natal do Dar ao Ped@L
Chegou o dia do tão desejado encontro com o Pai Natal, e os meninos do Dar ao Ped@L, de tão ansiosos que estavam por receberem as bicicletas que lhe tinham pedido, em resposta à carta que receberam, vinda da Lapónia, quase que não dormiram e nem o frio e a possível chuva os demoveram, de mais um passeio domingueiro, este com espírito natalício e a contento de todos.
Tinham combinado entre si, para este passeio, virem também vestidos de Pai Natal e pedalarem pelas ruas do Porto, espalhando magia e alegria, em busca das suas prendas que certamente encontrariam, quando se encontrassem com o verdadeiro Pai Natal, o tal Santa Claus que escrevera uma carta ao grupo, há uns dias atrás.
Saíram cedo de casa e foram se juntando aos poucos até estarem já todos reunidos e, continuando com o mesmo espírito que os trouxe a este passeio, tiraram uma primeira foto de grupo, junto de um presépio, onde se aguarda também ansiosamente, não o Pai Natal, mas o Menino Jesus.
Aqui nada de prendas encontraram e foram novamente a pedalar, seguindo o seu destino, a sua estrela-guia, procurando as bicicletas que pediram.
Talvez fosse algum chamamento, alguma melodia enfeitiçada, o certo é que foram atraídos à Casa da Música e também aí nada de prendas, apenas um tempo para algumas brincadeiras de catraios, num sobe e desce e desce e sobe de rampas e a mais uma foto de grupo, desta vez tendo como fundo, uma panóplia de instrumentos musicais, bem a condizer com tão divertida paragem.
“Vamos daí que temos que seguir caminho e procurar o Pai Natal e nada melhor que ir até ao Cristo-Rei, indo Boavista abaixo e seguindo pela ciclovia, talvez o encontremos algures por aí”, disse o Pai Natal guia.
Mas nada, ele também não apareceu por aqui e o melhor é seguir viagem pelo parque da Pasteleira até ao rio que é d’Ouro e subir ao miradouro de Santa Catarina e aí, de um ponto alto talvez lhe ponham a vista em cima, a ele e ao seu trenó, puxado pelas renas e carregado com as bicicletas dos sonhos.
Não, aqui também não, nem por detrás da ténue neblina, o viram ou ouviram os seus “Oh Oh Oh” e, sem esmorecer seguiram caminho, sempre junto ao rio e até à Ribeira.
Talvez, quem sabe, ele viesse nalgum barco, puxado por rápidos golfinhos em vez das velhas renas, tão cansadas de tanto viajar, há uma imensidão de anos.
Mais uma vez nada. Desta vez nem os magotes de asiáticos do ano passado apareceram para tirarem fotos, juntos dos “Pais Natais” do Dar ao Ped@L.
Mas os meninos não estavam tristes, não tinham perdido nada a não ser terem saído da caminha e virem pedalar de encontro aos seus sonhos.
Tínham sim, um pouco de frio e para isso conheciam um bom remédio.
Nada que uma boa subida não curasse e um cafézinho quente aconchegasse e, se melhor o pensaram, melhor o fizeram.
Toca a subir S. João e Mouzinho até à praça da Liberdade e aí já quentinhos e feitos turistas da Lapónia, sentados na esplanada da Ateneia, tomaram os cafés e tiveram a notícia que o Pai Natal tinha tido um problema com o trenó e que as renas também estavam doentes (excesso de gases) e que infelizmente não poderia vir ao seu encontro, mas que também ele tinha encontrado uma solução, para que os meninos do Dar ao Ped@L, não ficassem tristes e desiludidos.
Por intermédio de um outro Pai Natal, este português de gema, entregou a cada um dos “meninos” uma outra carta por ele assinada, junto com um belo postal de Boas Festas e um vale muito especial, para a aquisição de uma bicicleta Santa Cruz, em qualquer loja Bike Dreams, do mundo inteiro.
Que enorme felicidade nas suas caras e alegria no coração. De tão felizes, foram logo brincar nos baloiços da avenida e levar a notícia a mais dois meninos que encontraram no caminho até casa.
E assim, termina este conto de Natal e a estória deste passeio, que estes meninos, e só estes, nunca mais se irão esquecer.
O Pai Natal.
Mais fotos deste conto em: https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.691532160877234&type=1
16 de Dezembro de 2012
Conhecereis a Nossa… maluquice!
“… Mas ao fim de vinte minutos já estava a ficar escuro e ainda não víramos bicicleta nenhuma. O Hand começou a zombar.
“Mas estes miúdos não andam de bicicleta? Qual é o problema deles?”.
“É Inverno. Está frio demais.”
“Eu andei de Inverno na minha bicicleta.”
“Pois claro que andaste.”
“Pois andei. A distribuir a porcaria dos jornais! …”
Vem este pequeno trecho do livro que acabei de ler (Conhecereis a Nossa Velocidade, de Dave Eggers), muito a propósito sobre o nosso último Dar ao Ped@L domingueiro e serve de introdução à crónica do mesmo.
A cena passa-se na Estónia, onde dois amigos americanos procuram bicicletas de miúdos, para junto delas deixarem pequenas quantias em dinheiro, dinheiro esse que vêem distribuindo desde o início da história e por todos os países por onde resolveram passar, ajudando dessa forma algumas crianças e pessoas pobres, em memória de um grande amigo comum, que faleceu num grave acidente de automóvel, nos EUA.
Por ser Inverno, haver muita neve, não dão com nenhuma bicicleta e resolvem deixar alguns maços de notas enrolados, num baloiço de pneus, na esperança de que um dia, eles sejam encontrados e façam a felicidade de alguém.
Houvesse alguém, com tal ideia cá para as bandas lusas de Valongo e arredores e não teria nenhuma dificuldade, mesmo que fosse para o interior do montes, em encontrar algum elemento do Dar ao Ped@L, em cima de uma bicicleta, numa manhã invernosa, de muita e fria chuva, de muito e forte vento.
Que malucos são estes que deixam o aconchego do seu lar, o quentinho da sua caminha e, vão para o monte, para a lama, para o frio, para a chuva, para o vento, para o desconforto que só o Inverno é capaz.
Eu não sei muito bem, mas segundo me parece e ouço dizer a muitas vozes é, “… a adrenalina, a pura diversão, a aventura no seu expoente máximo, o queimar energias a mais, o estar com bons amigos, etc, etc…” e, não há nada que os impeça de ir pedalar, seja em que condições for, pelo simples e admirável prazer de… Dar ao Ped@L.
Neste domingo, nada, mesmo nada nos faria ou fez parar, nem furos, nem pneus rebentados ou dropout partidos, tão pouco a superstição de sermos treze elementos, os que se aventuraram a ir guiados pelo Nuno Alves, conhecer um belo trilho de Valongo a Gandra-Sobrado, sempre com a A41 à vista e com a chuva e o vento por companhia.
Ah valentes pedalistas cheios de energia para dar e vender.
Venha daí a nova aventura ( Xmas Dar ao Ped@L ) e nova… maluquice para contar.
Valdemar Freitas
Agenda para: 14 de Dezembro de 2011
Organização: Ecobike / Ajudaris
Mais informações em: http://passeiodasluzesdenatal.blogspot.com/