Há precisamente um mês atrás, a 22-02-2014, ocorreu a 1.ª Etapa do Circuito NGPS 2014, o Geo Bike Challenge, na Lousã, organizada pelos amigos da Ecobike, que já nos habituaram à colocação da fasquia alta, no que se refere a qualidade de trilhos e organização, admito que estava um pouco apreensivo com estes “novos” amigos de Vale de Cambra – os Vale dos Duros, não é nada fácil organizar um evento desta dimensão e conseguir que tudo corra pelo melhor, nós os que pedalamos alegremente pelos trilhos, muitas das vezes não fazemos a mínima ideia da logística que envolve proporcionar um sábado alegre e colocar um sorriso de orelha a orelha, na cara de 900 gajos! Mas, confesso que os nossos amigos de Vale de Cambra estiveram irrepreensíveis em todos os aspectos, que maravilha, esteve tudo impecável no que ao nosso grupo diz respeito, trilhos duros, mas excelentes, organização ao mais alto nível, estacionamento, localização, banhos, etc… que mais se pode exigir de quem tanto se empenhou, nada, do melhor mesmo, o Dar ao Ped@l deseja os maiores sucessos e parabéns a todo o staff da organização da 2.ª etapa.
A cereja em cima do bolo, é que, do resultado de tudo isto a organização entregou um cheque de 5.000 € aos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, já que o valor das inscrições desta etapa, reverteu a 100% para esta associação, para ajudar à construção do seu novo quartel.
Parabéns, portanto, aos Vale dos Duros, aos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, aos mentores do Circuito NGPS e a todos nós que contribuímos para uma causa meritória.
Bom, feita a introdução, passemos ao breve relato da 2.º Etapa, conforme previamente combinado às 7:00 horas estávamos todos em Gondomar, junto à minha casa para arrancarmos em direcção a Vale de Cambra, a etapa adivinhava-se dura e viríamos a confirmá-lo mais tarde, isto claro a avaliar pela enorme promoção efectuada pelos organizadores, estávamos à partida 17 elementos do Dar ao Ped@l confirmados, mas em cima da hora existiram 2 baixas, foram eles o César Pinto e o Jorge Bastos, por razões climatéricas e de saúde de um familiar, respectivamente, o Frederico Lima, esteve presente, mas foi por sua conta e risco, não se juntando ao grupo.
Chegados a Vale de Cambra, carros estacionados, procedemos ao levantamento dos dorsais, fizemos algumas fotos de família para a posteridade, juntá-mo-nos ao Eduardo Batista e aos dois amigos Tiago Marques e Ricardo Gonçalves do Crude BTTeam, e aos nossos amigos Henrique Cardoso e Paulo Ribeiro, que já lá estavam, e ainda, aos nossos 5 amigos da Feira, Rui Miguel Azevedo, Filipe Vaz, Bárbaro Santos, Vasco Silva e Rui Antunes, que desta feita trouxeram mais um amigo para pedalar nesta etapa do Circuito – o Patrice Almeida, 6 portanto, no total saímos do local do secretariado a pedalar 22 duros.
A chuva manifestou-se logo à saída de Vale de Cambra, e ainda mais algumas vezes pelo caminho, mas como quem anda por gosto não cansa, não demorou nada estávamos na dança do “veste impermeável… tira impermeável”. Os primeiros quilómetros foram sempre a subir, mas pacíficos, e aproveitando as paragens para reagrupamento, alguns de nós fomos aproveitando para tirar mais roupa e arejar as axilas e colocar mais peso nas mochilas.
Chegados à curva onde fizemos a inversão de marcha, paramos para reagrupar uma vez mais, e eis que, resolvi protagonizar o primeiro momento da manhã, com sapatilhas e cleats novos, esqueci-me de desencaixar uma sapatilha, e claro, está mesmo a ver-se que me estatelei no chão, não contente com o caso, o Ricardo Ferreira aproveitou a deixa e ai ai ai, ai ai ai, que não me estou a sentir bem, e não é o que o rapaz tem ali mesmo uma quebra de tensão só para chamar as atenções todas para ele e ninguém ligar ao meu tombo! Água fresca, alimentos e açúcar e o Ricardo lá se restabeleceu e voltou à sua cor normal, e nós voltamos a colocar-nos em marcha, mas fica o aviso menino Ricardo, fazes o favor não voltas a ter quebras de tensão, isso não é nada pá, estive eu a ensaiar os tombos para nada!
Continuámos… mas a verdade, é que aquela coisa do Ricardo mexeu comigo, não contente com o caso e por entre paisagens e trilhos de cortar a respiração, numa subida fantástica, resolvi fazer um ligeiro cavalinho, só que o trilho desapareceu debaixo da roda, e zás, mesmo de cabeça ao chão, directo, assim mesmo sem ensaio nem pára-quedas, fiquei a saber que afinal os capacetes sempre tem alguma utilidade, para além de embelezar a cabeça, taparem as carecas e nos causarem calor!
Junto a uma igreja tomámos café, e continuamos o caminho até chegarmos ao já famoso Talho Confiança, onde acho que toda a gente parou, pela peculiaridade da situação, toda a gente comeu, bebeu e saiu dali um pouco mais feliz.
Pelo caminho paramos para: comer, paramos, beber, paramos, reabastecer, paramos, pedalar, paramos, fotografar, paramos, filmar, paramos, pronto, já perceberam a ideia, qualquer coisa serviu de desculpa para pararmos, não que a malta se importe, nós gostámos é disso mesmo, documentar tudo e todos, para mais tarde recordar, e pelo meio pedalar um bocadito!
Poderia dizer que fizemos os 50 km propostos pela organização em 5 horas, mas não seria a mesma coisa, é verdade, demoramos praticamente o dobro, mas é assim mesmo que todos somos felizes, gozamos cada bocadinho ao mais ínfimo pormenor.
Trepámos às Serras da Escaiba e do Arestal, almoçamos no Talho Confiança, lanchamos na Padaria Flor de Junqueira, isto é claro, sempre num sobe e desce constante, JASUS pá, vocês não sabem arranjar uns percursos só a descer ou só em plano, sim porque até as descidas, que adoro, partiram-me os braços todos de tão violentas e duras, os nossos amigos Vale dos Duros, não quiseram deixar a fama por mãos alheias, aquilo era mesmo duro pá, xiça.
Pelo meio e depois de almoço, ainda houve tempo para, todos nós, plantarmos uma árvore e contribuir para a reflorestação de uma área considerável, com carvalhos, sobreiros e azevinhos, conforme estava previsto pela organização e em estreita colaboração com a edilidade local.
Para finalizar, lá voltamos a subir até aos 750 mts, ao Outeiro dos Riscos, onde nos aguardavam alguns amigos da organização para nos premiar com uma medalha comemorativa do evento assim como alguns soldados da paz, neste local podemos também apreciar alguma arte rupestre.
No conjunto de descidas divertidas que apanhamos no regresso até Vale de Cambra, ainda houve tempo para apreciar a Barragem Eng.º Duarte Pacheco, e até de tentarmos descer uma das paredes da barragem, tentados é claro, pelo vídeo dos nossos amigos Vale dos Duros, desta vez venceu o bom senso, mas fica a promessa, havemos de lá voltar, um dia, talvez equipados a rigor com umas joelheiras, umas cotoveleiras e talvez o resultado seja outro.
Chegados a Vale de Cambra, lá provamos a fantástica broa com mel e alguns de nós provamos o “verdinho” fabuloso, tratamos de lavar as nossas meninas, dirigi-mo-nos ao pavilhão, tomámos um duche e rumamos a casa, cansados é verdade, mas extremamente felizes, uma vez mais.
Uma vez por mês, estes sábados, são para mim uma adrenalina mais que necessária, e, estou convencido que também o é para muitos dos meus companheiros de aventura, é uma alegria vê-los a todos felizes, e por momentos esquecerem os problemas e agruras da vida que todos levamos, por tudo isto, uma bem hajam aos organizadores e mentores destes eventos do Circuito NGPS. Meus amigos vocês imaginam a alegria que proporcionam a tanta gente?
Resta assinalar a estreia absoluta da nova menina do Paulo Domingos, que a estreou logo com uma tareia jeitosa, a sua Corratec X-Force 03, mais os seus 140 mm de curso, e que fizeram com que os trilhos para ele fossem mais ou menos uma auto-estrada com subidas e descidas!
Não houve avarias mecânicas, pelo menos que eu me tenha apercebido, houve uma tentativa de furo, mas acho que nem o chegou a ser, existiram alguns tombos causados essencialmente pela agressividade das descidas, mas nada de grave, são daquelas coisas que queremos evitar, mas que sabemos estão sempre presentes e podem acontecer a qualquer momento e quando menos esperamos.
Mais uma vez assinalo a alegria partilhada por todos os participantes no Circuito NGPS, digo-vos caros amigos, acho que em 13 etapas que levo realizadas, ainda não vi ninguém mal disposto. Atrevo-me a dizer que o Circuito NGPS está a tornar-se uma grande família. É por isto que, a cada etapa, mais gosto do conceito NGPS em autonomia total.
Como principal dinamizador e co-responsável por desencaminhar toda esta gente de casa, cumpre-me o dever de agradecer a todos, a participação, a alegria e o convívio, com que passámos mais um sábado e desejar a todos os meus amigos, que participem sempre que possam, comigo ou sem mim, mas participem, vocês sabem que estas coisas fazem bem à alma. Um abraço para todos eles, que são: António Oliveira, Mário Dantas, Valdemar Freitas, Paulo Domingues, Ricardo Ferreira, Nuno Almeida, Jorge Oliveira, Henrique Cardoso, Paulo Ribeiro, Nuno Nunes, Nelson Rebelo, Carlos Filipe Duarte, Eduardo Batista, Filipe Vaz, Rui Miguel Azevedo, Bárbaro Santos, Rui Antunes, Vasco Silva e os estreantes Patrice Almeida, Tiago Marques e Ricardo Gonçalves.
Um abraço especial aos nossos amigos que por diversos motivos não puderam estar presentes: Jorge Bastos e César Pinto.
Aqui ficam algumas informações acerca do nosso sábado:
Fotos no Facebook em: Dar ao Ped@l
Vídeo disponível brevemente…