A coisa prometia, no primeiro ponto de encontro, no Alto da Maia, já estavámos nove pedalistas, prontos para irmos pedalar para o monte e ainda faltava chegar o Frederico, que estava um pouco atrasado, mas que já vinha a caminho.
No Alto de Valongo, esperavam por nós, mais três pedalistas já residentes e uma surpresa, dois novos pedalistas que a nós se quiseram juntar por não terem mais companhia.
Foram eles o Daniel Lopes e o Pedro Teixeira que vieram da Maia e da Senhora da Hora e que acabaram por nos acompanhar até ao fim das nossas aventuras, nos trilhos das serras de Santa Justa e de Pias.
Mas, ainda se havia de juntar a nós, o amigo Óscar, lá para os lados do antigo sanatório da Santa Justa.
A coisa confirma-se, estava batido o recorde de participações e atingido o bonito número de dezasseis pedalistas, a Dar ao Ped@L num belo Domingo de manhã, com sol e pouco frio para uma manhã de Fevereiro.
Mas muito mais há para contar sobre esta aventura nas serranias de Valongo, que começou no Alto de Valongo e que até chegar ao sanatório, por caminhos de terra já conhecidos por alguns dos pedalistas, ainda passou pelo amplo e alto espaço onde se situa a capela e num caminho mais estreito, por um velho moinho em ruínas.
A verdadeira e louca “adrenalina” ainda estava para vir, logo após deixarmos para trás os senhores do paintball, de camuflados vestidos e que se preparavam para mais uns tirinhos, no cenário de guerra que é o edíficio em ruínas do velhinho sanatório.
Daqui, no começo por estrada larga em terra, depois uma parte ao jeito de single track e ainda numa parte em empedrado, é sempre a descer até chegarmos à estrada Santa Justa-S. Pedro da Cova e mais propriamente ao senhor das velharias do “Planeta Azul”, onde velhas glórias de pedais, de duas e mais rodas, de um a três selins, que já tiveram melhores dias, esperam novos donos e é claro, novas andanças.
Era ver o Jorge Bastos a pedalar numa velhinha bicicleta de três selins e numa outra de dois lugares, lado a lado, com o Vítor, todos felizes da vida em terem experimentado tais máquinas velocipédicas.
Passadas as brincadeiras de meninos e de mais algumas fotos que as registam, eis-nos de novo nos trilhos de terra que desta vez nos hão-de levar pelas encostas da serra de Santa Justa até á estrada que liga Couce a S. Pedro da Cova.
Este trilho tem alguma pedra de início, alguns regos em terra e nas rochas e apesar de ter pouca inclinação, torna-se um trilho rápido pois as pendentes são sempre a descer.
Por isso mesmo, pela velocidade que se atinge, é que o Mascarenhas perdeu em andamento a sua máquina fotográfica (3ª vez que lhe acontece) e colocou treze pedalistas à procura da dita cuja, no meio da vegetação circundante.
Todos à cata, no meio dos arbustos e das ervas, para cima e para baixo, mais perto ou mais afastados do local onde ela poderia ter caído e a ver passar a grande velocidade outros grupos de bttistas, que indiferentes ao que se passava connosco, seguiam os seus trilhos, deixando-nos a nós para trás e sem esperança que a máquina aparecesse.
Já o dono tinha desistido e o restante grupo pronto para partir e eis que, bem afastada do plausível local de perda, ela me surge aos olhos, num montinho de erva perto de um pequeno tronco de um eucalipto.
Não foi ainda desta (à terceira não foi de vez) que o Mascarenhas deixa de nos tirar mais fotos e ainda bem que assim é pois a malta até gosta das fotos, mas por favor, “vê se guardas melhor a máquina que leva muito que contar”, a gente agradece.
Toca a pedalar e a ir de encontro ao trio que se adiantou e por nós ficou à espera na enorme clareira que antecede a muito conhecida descida do “gasoduto” , que nenhum de nós arrisca, por enquanto descer, onde apreciamos um grupo que a desceu com alguma velocidade e onde tiramos a belíssima foto de grupo, a tal do recorde de participações.
Daqui, voltamos ligeiramente atrás e seguimos pela direita em direcção às Fragas do Diabo, por um trilho com vistas lindíssimas para as escarpas sobre o rio Ferreira, mas algo complicado por causa das pedras e das vertigens que a alguns causou.
Após uma paragem forçada por causa de um furo, que a malta aproveitou para comer as bananinhas e as barritas e matar a sede, seguimos pela estrada até Couce para o que viria a ser a segunda parte deste Dar ao Ped@L, a mais difícil, a mais cansativa, a “grande esfrega”.
Indecisos quanto ao resto do percurso que haveríamos de fazer, não como “tolos no meio da ponte”, pois essa já a tinhamos passado, decidimos aceitar a sugestão do Nuno Meca e fazer um trilho circular na serra de Pias, com regresso à ponte de Couce.
Com menos quatro que mais cedo voltaram a casa, seguimos nós, os restantes, a estrada à direita da ponte e junto ao rio Ferreira, por pouco tempo em plano, depois sempre a subir, subida após subida, ora a pedalar nas mais baixas velocidades ora mesmo com elas pela mão, quando nos falhava a pedalada nalguma pedra ou as pernas respondiam que não.
Mas sobe-se, tivemos que subir, fomos subindo, pouco a pouco até chegar “às alturas”, a um miradouro com vista para aldeia de Couce, para as encostas de Santa Justa e para o que agora tinhamos que descer, a bel prazer.
Mas o descer, às vezes engana, às vezes não é fácil, e neste caso, parece que a excepção quis confirmar a regra, tivemos uma queda na descida com mais pedras soltas por metro quadrado de todo o percurso, tivemos ainda mais um furo e pasme-se, logo após iniciarmos a descida, surgiu-nos mais uma subida, que já não deveria, tão pouco existir.
Tirando as excepções da descida, o resto foi mesmo normal, sempre a pedalar encosta abaixo até à ponte de Couce, atravessar a aldeia e fazer o trilho ecológico a par do Ferreira até entrarmos de novo na estrada que nos haveria de levar até ao Café Brigantino, local da bendita e já tardia, caféina domingueira, o necessário dopping qb para o esforço da subida até ao Alto de Valongo e para o regresso a casa.
Valdemar Freitas
(António Oliveira, Daniel Lopes, Élio Vieira, Emanuel Mascarenhas, Frederico Lima, Jorge Bastos, Jorge Oliveira, José Sousa, Mário Dantas, Nuno Meca, Óscar Ramalho, Pedro Teixeira, Rogério Freitas, Vítor Godinho e Vítor Pereira)
Olha a máquina…Olha a máquina!! Na descida para Couce quase se poderia chamar “O trilho do calhau…ou tralho!”