No passado Domingo, seguindo uma sugestão do Martinho Sousa, que seria o nosso guia, fomos Dar ao Ped@L para a Serra de Pias, em Valongo, trilhando um percurso que na sua maioria seria em terra, piso ideal por isso mesmo, para as nossas máquinas de montanha, as nossas bicicletas de todo-o-terreno e outras máquinas motorizadas.
Com promessas de muita chuva e nem vê-la, saímos de todos de casa, sem os apropriados impermeáveis e outros apetrechos para a dita cuja, que mais tarde bem falta nos fizeram.
Com o grupo composto por dez participantes (estreia do Tiago Costa e regresso do Anastácio Sousa) e já todo reunido no Alto da Maia, saímos em direcção à Santa Rita, subimos até ao Alto de Valongo, descemos até ao centro da cidade e dirigimo-nos para a freguesia de Campo, onde iríamos encontrar o começo da estrada de terra que nos levaria ao alto da serra de Pias.
Atravessamos parte da freguesia de Campo, primeiro por asfalto, depois por uma estrada em recta, de paralelos e, bem antes de entrarmos na terra, tivemos mais uma adesão ao grupo, uma presença não esperada e que nos iria acompanhar por muitos quilómetros, por todas as subidas e descidas, até à aldeia de Couce, o nosso segundo guia, um cão que deverá ser companhia regular dos pedalistas que escolhem Pias, tal a sensação que nos deu de conhecer bem o nosso destino e dos caminhos que deveríamos seguir.
Com o Martinho a ter algumas dúvidas no início, pois há muito que não fazia este percurso, ainda tivemos um ou outro engano que logo foi resolvido e entramos na direcção correcta, sempre a subir, primeiro ligeiramente, pelo meio mais acentuadamente com uma subida mais extensa e por fim, com subidas tipo escadas, ou seja, subida, plano, subida, plano, até chegarmos ao planalto no cimo da serra, local de acampamentos e de descidas de parapentes e com uma bela vista, para a aldeia de Couce, para a encosta da serra de Santa Justa e para terras de Gondomar e além.
Neste local, encontramos muitos outros bttistas que como nós são presença domingueira em trilhos como este, quer seja aqui na serra de Pias, na serra de Santa Justa, em Alfena, na Agrela ou por aí, como são o caso dos Bike Team ou os Doidos por Lama e outros pedalistas aventureiros.
Tirada a foto de grupo por um pedalista (José Pires) que lá se encontrava com o seu amigo, seguimos viagem, já com a companhia destes dois amigos, em direcção à “Santa” e às ditas pias, concavidades nas rochas que que dão nome à serra.
O sítio conhecido por “Santa de Pias”, não é nenhum local de culto religioso mas apenas um local onde alguém colocou uma santa, penso que a Nossa Senhora de Fátima, num recanto entre um conjunto rochoso, que possui algumas das pias, inclusivé, a maior e mais funda de todas elas.
Depois de mais umas fotos “para mais tarde recordar” e de umas palavrinhas trocadas com os dois amigos que a nós se juntaram, também eles para conhecerem a “Santa” e as pias, sobre outras experiências por eles vividas, nestas andanças pedalísticas, como o ir do Porto a Fátima em dois dias, pelos montes, ou o ir de Tróia a Sagres, sempre pela Costa Vicentina, iniciamos a descida até à aldeia de Couce, ainda na companhia desses dois amigos, que um dia destes, haverão de voltar a pedalar connosco.
A descida até Couce, em piso de terra com diversos estados, ora com bastante pedra solta, ora em degraus onde predominava mais rocha do que terra, até mesmo ao piso em terra com algumas poças de água e regos mais ou menos profundos, proporcionou-nos a mais electrizante adrenalina da manhã, que só viria a diminuir com a grande chuvada que nos brindou, já perto de Couce e que nos levou a abrigarmo-nos sob umas frondosas árvores, à margem do rio Ferreira.
Teimosa em não parar, cada vez mais intensa, com a hora do almoço a aproximar-se a passos largos, metemo-nos à estrada de paralelos que vai até Valongo e apanhamos um grande banho que nos encharcou todo o corpinho, literalmente da cabeça aos pés.
Valeu-nos uma vez mais, os cafézinhos que ainda paramos para tomar, no café/bar da Sociedade Columbófila da Azenha e que nos aqueceram um pouco, para o restante percurso que ainda tinhamos pela frente, subir até ao Alto de Valongo e regressarmos todos satisfeitos pelo prazer que mais uma bela manhã de pedaladas, mesmo que molhadas, nos proporcionou a todos.
Participaram nesta bela aventura, o regressado Anastácio Sousa, irmão dos outros dois Sousas, o António Oliveira, o Emanuel Mascarenhas, o Jorge Bastos, o Jorge Oliveira, o José Sousa, o Mário Dantas, o Martinho Sousa, o estreante Tiago Costa, que se portou muitissimo bem, e eu, Valdemar Freitas, que escrevi a crónica, para além dos dois amigos que connosco fizeram parte do caminho e ainda, o fiel canino, que só nos abandonou quando nos metemos ao dilúvio.