6.ª Etapa Circuito N GPS – Alvorada Senhora da Serra – Mesão Frio – Marão
A ideia deste desafio nasceu no dia que fui confrontado com um amigo meu – o Augusto Tomé, se tinha autorização para sair de casa, passando uma noite fora.
Como nos estamos a aproximar de da nossa maior aventura “O Caminho Francês de Santiago”, pensei que seria algo diferente, difícil e sem dúvida um grande objectivo a concretizar e aproveitar ao máximo este grande treino para desenferrujar as “dobradiças” que já não tinham algo assim há meses.
Durante o dia de Sábado fui preparando a minha “menina” com alguma ansiedade.
Como iria de boleia com o senhor “monstro “ do Btt, queria estar pronto a horas para não se atrasarem por minha causa ou criar algum embaraço aos meus companheiros.
Eram 21:30 horas quando saí de casa em direcção a Mesão Frio.
Psicologicamente, factor muito importante, estava em alta, bastante mesmo, fisicamente estava, pensava eu, em baixo.
Por volta das 23:45 horas começamos a rolar, os primeiros kms foram difíceis e comecei a duvidar se conseguia ou não, pois ainda estava algum “frio” e estava com dores num dos joelhos e num rim, mas os músculos lá começaram a aquecer e o joelho foi aliviando até deixar de ter dores e tudo correu bem.
Em certas alturas pensei em aumentar um pouco a velocidade principalmente nas descidas, optei por manter um ritmo estável para ter mais segurança, decisão bastante certa.
Outra opção foi beber água em pequenas quantidades a cada 10 km, reforço da organização e algo mais sempre que necessitasse, de forma a precaver problemas de rins.
Antes da chegada ao cimo da serra, a uns 2 km do local, senti em mim uma força extra e lá consegui ultrapassar os meus companheiros, pois queria estar junto da minha “vaixinha”, dar-lhe uma beijoca, pois ela fez o percurso a pé com o grupo de amigos(as) do Alto Relevo.
Para primeiro objectivo estipulei a chegada à Senhora da Serra, local que pensei fazer a pausa para nutrição, mas antes disso comi uma sande de lombo, maçã, a respectiva banana, senti a necessidade de dar algo às pernas.
Quando cheguei então à Senhora da Serra, tive logo um enorme sentimento de concretização.
Pedalei durante +/- 4 horas e 29 km, atingimos os 1.400 mts de altitude.
Depois de me satisfazer com calorias (bifanas) água e coca-cola, esperamos +/- 2 horas para que o Sol nascesse, eram 06:09 horas.
Posto isto, começamos a descida até ao km 40, aonde iríamos confrontar uma subida dos 87 mts até aos 1.030 mts de altitude, um sol abrasador, sem sombras e sempre a dar nas nossas costas, a exaustão quase que ia tomar conta de nós, saliento que o espírito dos meus maravilhosos companheiros era sempre o mesmo, a solidariedade e entreajuda.
Chegados ao “pico” dos 1.030 mts de altitude, foi muito reconfortante pelas paisagens por nós observadas e pela água fresquinha que nos foi doada.
Começamos mais uma vez e a pôr adrenalina em acção, soltar os travões, com velocidades estonteantes, na descida de 16 km, até ao Rio Douro.
A fome começava apertar, o cansaço a tomar conta de nós, o sol a roer-nos a moleirinha, a comichão a estorvar, as horas mais que muitas em cima da “menina“, faltava esfolar o “rabo da cabra“ a subida do Rio Douro até ao local de chegada em Mesão Frio.
Chegamos às 12:05 horas com 63,450 km nas pernas com um acumulado +/- D+ 2.500 mts.
Agradeço encarecidamente aos meus companheiros sem eles não conseguia beijar a minha “Flor” no Alto da Senhora da Serra às 05:00 horas da manhã.
Tomé
Valdemar
Mario Dantas
Domingos
António Oliveira
De vez em quando ainda me consegues surpreender….! Crónica escrita com bastante sentimento e humildade o que geralmente redunda numa descricao pura e real de sensações que são facilmente compreendidas pelo leitor…Parabéns!
Obg. Companheiro
Ficou fixe.. Obg…. CAPITÃO
Parabéns pela crónica Oliveira.
Está simples e concisa.
Agora um aparte, para todos.
Tinha pensado também escrever umas palavrinhas, mas já não é preciso.
Era bom é que todos os eventos tivessem aqui uma crónica e já se passaram tantos, onde isso não aconteceu, mesmo comigo a incentivar alguns protagonistas para o fazerem.
Bastava as escritas no Facebook, com algumas imagens e o blogue ficava mais dinâmico.
Era bom que se lembrassem, que é aqui que está o nosso registo histórico, onde é muito mais fácil procurar seja o que for, usando a pesquisa e as tags.
Pesquisem p.e. – Santiago – e vejam o que já fizemos.
Tentem-no fazer no Facebook e vão ver que não é fácil encontrar o que procuram.
Um abraço,
Valdemar
ps – para o ano, levo saco-cama comigo, para dormir umas horitas, antes da Alvorada.
Obg.. as coisas simples, são por norma muito claras..