Nos dias 07, 08 e 09 de Junho uma equipa de 7 betetistas, decidiu vestir as cores laranja e azul do Grupo Desportivo do Banco BPI (GDBPI) e rumar a Santiago de Compostela, partindo da Sé do Porto, pelo caminho central português, e realizar um percurso em BTT num total de 243,3 km.
1ª Etapa: Porto – Ponte de Lima (87,5 km)
Concentração agendada para as 08.30h da manhã, junto á Sé para a tradicional foto de partida que ocorreu às 09.00h.
Nesta etapa tivemos a companhia do Grupo Dar ao Ped@L, nossos amigos das pedaladas dos fins de semana, que organizaram um passeio conjunto com o GDBPI até Vilarinho (Vila do Conde), formando uma bonita equipa de 15 ciclistas, tendo incentivado os 7 betetistas que rumaram em direcção a Santiago.
Paragem em Barcelos, para almoço no restaurante Arantes, onde nos foi servido um assado de perna de borrego à padeiro, para retemperar a força muscular e nos prepararmos para o árduo desafio que iríamos ter da parte da tarde.
Seguiu-se a passagem por aldeias, com paisagens magníficas, com as subidas da Portela e Vitorino de Piães, a desgastarem alguns ciclistas, já cansados de tanto pedalar ainda com o borrego por digerir.
Chegamos a Ponte de Lima e fomos brindados com um banho de chuva.
Em terras minhotas, fechamos a etapa com chave de ouro, com o famoso sarrabulho e rojões e a sobremesa “bomba” no Restaurante Alameda.
2ª Etapa: Ponte de Lima – Pontevedra (89,6 km)
A etapa mais longa e a mais dura do percurso, a começar pela subida da Labruja até alcançar a Cruz dos Franceses, para a seguir recuperar, com a adrenalina a subir e alguns ciclistas a testarem os travões das bikes, com algumas descidas técnicas à mistura.
Ainda tivemos de enfrentar mais uma subida até S. Bento da Porta Aberta, para depois começarmos a descer até Valença e pararmos para almoçar, altura em que estavam apenas percorridos 37 kms.
Mais uma breve paragem em Tui para visitar a Catedral e seguirmos em direcção a Redondela, por um dos trilhos mais bonitos do caminho.
O pior do percurso estava para vir com a subida que passa por Mós até alcançarmos o Monte Cornedo.
Aproveitamos para parar em Redondela e fazer o reabastecimento com bananas e barras energéticas, para 2 novas subidas até Pontevedra, o Alto da Lomba e o Alto da Canicouva.
Nesta etapa o trio PRO Elite (António, Luís e Paulo), destacaram-se dos restantes elementos do Grupo, que “voaram” com as suas bikes em direcção a Pontevedra, tendo o quarteto Carlos, Hélder, César e Mário, aproveitado para fazer algumas fotos durante o percurso acabando por chegar a Pontevedra, já ao cair da noite.
3ª Etapa: Pontevedra – Santiago de Compostela (66,2 km)
A manhã até começou bem, com os trilhos junto à linha do comboio, animados por vários outros grupos de ciclistas portugueses que também rumavam em direcção a Santiago.
O pior estava para acontecer com a minha queda a seguir a San Mauro, a causar mazelas num joelho e num braço, com a rápida ajuda e assistência por parte de 1 bombeiro e 1 farmacêutico, que também nos acompanhavam na altura.
Um desvio até ao parque natural em Barro, para tomarmos café, tendo sido brindados com a passagem do CD de Amália Hoje, da Sónia Tavares (The Gift) e mais um momento para registarmos nas nossas câmaras, as belas cascatas do rio Barosa.
Seguiu-se Caldas de Reis, localidade de paragem obrigatória, junto á fonte das águas termais. A partir daqui até Santiago, pedalamos sempre debaixo de chuva e decidimos fazer um intervalo em Padron, com a esperança que entretanto surgisse alguma aberta, altura em que aproveitamos para fazer uma pausa num bar simpático, onde comemos umas bocatas de “jambon serrano”, lombo de “cerdo” assado e “tortilla”, regadas com “cañas” de cerveja.
Apesar da chuva, o grupo continuava bem disposto, a 24 km de Santiago, sendo que nesta fase da etapa ainda tínhamos mais 2 subidas pela frente até chegar à Catedral.
A partir de Padron foi sempre a rolar até atingirmos a Praça do Obradoiro, frente à Catedral de Santiago.
Vencidos pelo cansaço e com poucos peregrinos na Praça, talvez pelo facto de continuar a chover, ainda houve lugar a alguns registos fotográficos, com o Grupo a hastear a bandeira do GDBPI, reinando a satisfação entre todos, por termos cumprido com sucesso, mais uma importante missão.
O trio PRÓ Elite ainda seguiu para Negreira, um percurso de 20 km, para no dia seguinte seguirem em direcção a Finisterra.
Trata-se da minha 2.ª experiência em BTT até Santiago, que considero bastante positiva, pela performance que consegui alcançar em algumas subidas, vencendo-as, incentivado pelo companheiro Hélder, e pelo Luís (o Pró BTT de Aldoar), nas “piscinas”.
Agradeço ao Grupo, os bons momentos de convivo me proporcionaram.
O espírito de companheirismo que permaneceu entre nós ao longo dos 3 dias, foi um dos factores mais valorizado, com a vontade de voltarmos a repetir esta proeza e tentarmos numa próxima oportunidade chegar a Finisterra, cujo nome deriva da expressão latina finis terrae, isto é “fim das terras.
Mário Dantas
4ª Etapa: Santiago de Compostela – Finisterra
Sábado à tarde arrancamos de Santiago pelas 17.00 depois de um bom lanche em direcção a Negreira, o caminho é duro mas muito bonito e variado, com singlestracks em zonas de vegetação densa, algumas subidas de forte pendente.
A chuva miudinha fez-nos sempre companhia e fomos progredindo nos kms, alternando entre troços de estradas regionais e vegetação fechada. De notar que não encontramos vivalma desde Santiago até Negreira, foi estranho, quando digo vivalma foi mesmo ninguém, talvez devido ao adiantado da hora.
Chegamos a Negreira pelas 19.30 PT onde percorremos uma parte da estrada nacional até ao Hotel Tamara. Mesmo em frente uma bomba de gasolina com lavagens, proporcionou às bikes uma lavagem exemplar deixando-as a brilhar.
À entrada no Hotel vimos que o jogo de PT estava a começar e pouco depois estavamos no nosso apartamento em banhos e a ver o jogo.
Depois do jogo descemos ao restaurante do Hotel, um “Asador Típico” com bom aspecto onde atacamos um magnífico “Solomillo rojo” (lombo) de 3 dedos de altura regado a finos qb 🙂
Domingo acordou cinzento ainda sem chuva mas com ameaços. Depois do peq. almoço mal montamos as bikes começa a nossa inseparável chuva miudinha. Já sentiamos a falta.
Prosseguimos no Caminho, que continuou fantástico com partes tanto de bonito como de duro. Recordo uma subida interminável por uma alameda de vegetação estreita, fantástica, tudo muito verde, bancos escavados na rocha cheios de musgo, um verdadeiro “Camino”. Vamos cruzando com alguns peregrinos a pé, na maioria estrangeiros que vamos cumprimentando à passagem. Bicicletas nem uma até Finisterra, só nós 3.
O tempo piora com mais chuva e vento a meio da manhã e obriga-nos a parar num café-bar onde recuperamos energia com umas gigantes sandes de presunto e queijo acompanhados de 2 galões para aquecer o corpo.
Vamos pedalando comendo kms debaixo do mau tempo, não esqueço a conversa do aldoarense, sempre animado ia dizendo… “vocês estão mto calados…,” e para animar a malta dizia…”só de pensar que podia estar em casa no sofá a ver um filme e ia almoçar um assado…” LOL, nós riamos claro.
Começamos a ver o mar e pouco depois atacamos uma descida verdadeiramente pornográfica, de inclinação e pedras soltas, (tipo Labruja a descer) onde qualquer super atleta de btt a faria a pé… claro que o trio “PRO-Elite” fez aquilo de rajada, eu só pensava no alforge lá atrás a bater e que se caíamos ali ia ser preciso numerar os ossos para juntar tudo numa caixa… LOL
A chegada à aldeia junto ao mar animou-nos e pedalamos junto à água algum tempo até retomarmos o caminho em direcção a Finisterra. Algumas partes em estrada aceleravam os kms comidos, já em contacto com o Paulo, nosso motorista de rescue para o Porto.
À entrada de Finisterra paramos junto à praia num bonito passeio maritimo e eu e o Paulo fomos ao mar, onde o Paulo insistia que ia ao banho…mas quando molhou os pés passou-lhe vá lá…
Depois de carimbarmos e obtermos a Finisterrana (diploma) dirigimo-nos para o farol onde havia uma espécie de festa, estava tudo de cara pintada, tipo hippies anos 60.
Já eram 17.00 PT pelo que decidimos trocar Muxia por uma mariscada junto ao porto onde assistimos ao jogo da Espanha… é quase a mesma coisa. Assim vamos ter que voltara fazer tudo outra vez para ir a Muxia. 🙂
E regressamos ao Porto em conversa animada pelo grande Luis mais a sua lenga-lenga aldoarense.
parabens pela vossa aventura, apesar de ja ter ido este ano, ao ler a vossa cronica apetece voltar a repetir o camiño.