2 a 5 de Outubro de 2014
Azores Challenge BTT 2014
Quatro dias de convívio, partilhados entre amigos, com o meu colega de equipa do Dar ao Pedal, Valdemar Freitas, os Gaiabikers, Manuel Couto e Henrique Santiago, o casal simpático Sónia Couto e Pedro Coelho, que nos acompanharam e transportaram no 1.º e 2.º dias, os companheiros do Grupo Kunalama, Sérgio Sousa e Sérgio Soares, José Ferreira e Mário Coelho, Bruno Bartes e Nelson Sousa.
Tratou-se de uma experiência inesquecível, aliando a prática do btt, ao prazer da fotografia, com passagens por locais de extraordinária beleza natural.
Este evento decorreu na ilha de São Miguel, a maior do arquipélago Açoriano, formando juntamente com a ilha de Santa Maria o grupo Oriental, sendo que o ponto mais elevado da ilha, se situa no Pico da Vara a 1.105 m de altitude.
1.º dia Quinta-feira (02.10.2014)
Chegada a Ponta Delgada e alojamento no Hotel Vila Nova. Depois do check-in, tratamos de montar as bikes no parque do hotel e fomos testá-las, para a grande aventura que nos esperava.
Ainda aproveitamos o resto da tarde solarenga para dar uma volta pelas Portas do Mar e levantar os dorsais no Hotel VIP Executive, onde se encontrava o Secretariado e hospedados os restantes atletas.
Regressamos entretanto ao hotel, para jantarmos num Restaurante próximo, que o Henrique conhecia, o Estradinho, onde comemos um bife á casa, sugestão do chefe, tendo terminado com uma sobremesa de ananás dos Açores, um dos melhores que comi até hoje.
Eram já quase 21:00 horas, quando alguém se lembrou que tínhamos um briefing sobre o Evento a essa mesma hora. Toca a pegar nas bikes e rolar em direcção ao Hotel VIP Executive.
2.º dia Sexta-feira-feira (03.10.2014)
Dia reservado para conhecer parte da ilha. Depois da maior parte manhã perdida no aluguer uma viatura, seguimos em direcção á Ribeira Seca e à Ribeira das Tainhas, onde nos sugeriram tomar um banho de mar. Contudo dado ao adiantado da hora, acabamos apenas por passar pela praia, para molhar apenas os pés. Reparamos no pormenor da cor da areia e das pedras pomes que encontramos ao longo da praia, diferente das praias que encontramos do Continente, dada a natureza vulcânica da ilha.
A temperatura da água estava agradável, com alguns turistas a apanhar sol e a mergulhar nas águas quentes do Oceano Atlântico.
Seguimos então para o as Furnas, para o Restaurante “O Miroma” onde nos esperava o tão famoso cozido das Caldeiras.
Depois da lauta refeição, regada com vinho regional dos Açores Quinta da Jardinete, fomos até ás termas da Poça da D. Beija, dotada de 2 piscinas com água quente, com uma nascente natural e onde passamos o resto da tarde.
No regresso a Ponta Delgada ainda fomos apreciar a vista panorâmica da Baia de Sta. Iria e passamos pela Caldeira Velha, á procura da cascata de água, mas ás 18:30 h já encontrámos o portão encerrado.
Às 20:00 h tivemos o Prólogo nas Portas do Mar, a 1.ª Etapa, um percurso de 2 km, a contar para a classificação das etapas seguintes, tendo a noite se prolongado, com jantar na Casa do Bife o Galego, onde se comem os melhores bifes da região, com a festa a durar até à 01.30, com animação musical, de vários amigos, com recurso ao karaoke.
3º dia Sábado (04.10.2014) – 2 ª etapa
Segunda etapa com menos acumulado, 1.911 m, mas com 70 km pela frente e a acabar junto á Lagoa das Furnas. Esta etapa, devido ás suas características, proporcionou momentos de uma beleza incomparável, tendo o percurso atravessado aldeias e vilas, com passagens por propriedades privadas, onde predominava a cor verde dos prados, com o branco e preto das vacas a pastar, rodeados pelo azul do Oceano Atlântico.
Logo no inicio surgiu a 1ª avaria, decorridos que estavam 5 kms, com um raio partido na roda de trás da minha Cannondale, com meia hora de paragem, para reparação.
Ficamos a fechar o percurso e logo nas primeiras subidas, a corrente da KTM do Valdemar, também começou a dar problemas, com o drop-out que tinha substituído o que se tinha partido no transporte da bagagem no avião.
Estávamos a cerca de 3 kms do abastecimento, quando um ciclista de estrada nos alertou para o encerramento do abastecimento. Dada a necessidade premente de água, lá fomos a acelerar para o tão desejado reforço na Coroa da Mata.
Constatamos que o motoqueiro que fechava o percurso não tinha dado pela nossa falta, uma vez que tinha entrado mais á frente, durante o percurso, já no monte, situação que foi corrigida no dia seguinte, sendo que entretanto também alguns atletas se tinham perdido.
Localidades a reter neste percurso: Lagoa, Ribeira Grande, Porto Formoso, S. Brás, até entrarmos na EN1 na rota do chá e atravessarmos a Quinta do Chá Gorreana, uma subida fantástica, para depois descermos até á Lagoa de S. Brás e voltarmos a subir até aos 766 m de altitude.
A terminar, uma descida por uma pista de down-hill, bastante perigosa, que fizemos com as bikes á mão, até chegarmos á Lagoa das Furnas, passava das 16.00 h. Em resumo: 69,71 Kms de distância percorrida, em 7:09:05 h, veloc. Média 9,7 kph e 1.753 m de ganho de elevação (dados do meu Garmin).
Terminada a prova, enquanto esperava pelo autocarro que nos transportaria para Ponta Delgada, solicitei ajuda ao Director da Prova, Paulo Resendes, que me fez o favor de arranjar um mecânico, que logo se prontificou a reparar a minha bike, para no dia seguinte prosseguir em prova.
Obrigado á Loja de Bicicletas Carreiro pela disponibilidade e pela ajuda prestada na reparação da minha bike, em especial ao Nuno Melo.
Encerramos o dia com um jantar no Restaurante Borda D’Água na Catedral do Peixe, em Lagoa.
4º dia Domingo (05.10.2014) – 3ª etapa
Terceira etapa, a mais exigente, com as dificuldades das subidas ás cumeeiras das Sete Cidades, mas a mais bonita da Prova. Um misto de subidas curtas e longas, com rampas bem íngremes e com descidas a exigirem atenção redobrada.
A passagem pela Lagoa das Empadas, a descida técnica da Serra da Devassa até á lagoa do Canário, a subida ao alto das Cumeeiras a 838 metros de altitude, com a vista panorâmica das lagoas Verde e Azul e que segundo a lenda, resultaram das lágrimas derramadas por um pastor e uma princesa que viviam um amor proibido.
Esta paisagem magnifica da bacia das Sete Cidades (uma das sete maravilhas naturais de Portugal), o açor a planar e todo o percurso que fizemos ao seu redor da Lagoa Azul, foi sem dúvida um dos momentos mais marcantes nesta edição do Azores Challenge BTT.
Tivemos ainda uma descida muito íngreme ao Km 32,8 a requerer uma atenção redobrada até á lagoa Verde, para depois voltarmos a subir até aos 585 m de altitude e deslumbrar-nos com a vista panorâmica do miradouro da Vista do Rei, que marca a presença do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia, neste local em 1901.
A passagem pelo Hotel Monte Palace, no cimo das Sete Cidades, construído na década de 80 e votado ao abandono, que chegou a ser o único hotel de 5 estrelas dos Açores, com uma vista fantástica sobre a Lagoa das Sete Cidades, foram mais alguns locais bonitos que tivemos oportunidade de conhecer nesta Aventura do Azores Challenge BTT.
A partir deste local, onde se encontrava o último ponto de controlo ainda desfrutamos de mais algumas descidas e subidas, até passarmos pelo aeroporto, tendo chegado às Portas do Mar ás 16:50 h, na ânsia de ainda chegarmos a tempo, antes de encerrar o controle, previsto para 17:15 h (Race Book), mas quando lá chegamos, disseram-nos que tinham encerrado ás 16:30 h, tendo a Organização argumentado que no último ponto de controlo lhes tinham transmitido que os últimos atletas estavam mais interessados em tirar fotografias, situação na qual nos consideramos abrangidos, ou não fôssemos do Team Dar ao Ped@L, o grupo que prima pelo prazer da prática do btt aliado à fotografia.
Em resumo : 70,87 Kms de distância percorrida, em 7:50:41 h, veloc. Média 9,0 kph e 1.939 m de ganho de elevação (dados do meu Garmin).
Não poderia terminar esta crónica, sem deixar uma palavra de agradecimento ao meu amigo e Presidente do Dar ao Ped@l, António Oliveira, que transportou a equipa do Dar ao Ped@l até ao Aeroporto de Sá Carneiro e que esteve a acompanhar permanentemente esta aventura via Facebook, aos organizadores deste Evento, em especial ao Paulo Resendes, Director da Prova, pela forma simpática como nos acolheu e a quem desde já felicito pelo sucesso deste Evento, ao Henrique Santiago (Kiko), pelo convite que me endereçou para participar neste Evento e que tratou de toda a logística, durante a nossa estadia nos Açores, sem esquecer os restantes colegas que connosco estiveram a pedalar e a conviver, durante estes 4 dias.
Texto: Mário Dantas
Edição e publicação: Valdemar Freitas
Fotos: Mário, Dantas, Valdemar Freitas e Sérgio Sousa (grupo BTT Kunalama)
Mais fotos do evento em:
Fotos de Mário Dantas
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Fotos de Valdemar Freitas
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Fotos no Facebook do Evento
https://www.facebook.com/azoreschallengebtt?ref=ts&fref=ts
Fotos de Flybasto
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.278690692322192.1073741842.189184134606182&type=1
Deve ter sido um passeio de cin*****co.. que inveja..
“Deve… “, ainda duvidas?
Foi com toda a certeza dos melhores eventos e o das mais lindas paisagens em que participei.
Saudades.