4 de Dezembro de 2011
Finalmente a chuva.
Não podíamos ter sempre a sorte de pedalar sem chuva, isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde e hoje foi o dia de nos molharmos “até às cuecas”, como bem disse o Mascarenhas, ela caiu bem, com algumas abertas é certo, mas quando vinha era certinha, incómoda e algo fria.
Era portanto hora de termos mais cautelas, pensar mais na segurança e não nas destrezas que cada um consegue fazer, montado nas bikes e apenas seguir caminho com muito cuidadinho, pois escorregar, derrapar, cair, poderiam ser verbos que não queríamos de todo conjugar.
Num passeio recente que fiz, aqui pelas bandas de Ermesinde, pedalei durante algum tempo ao lado de um ciclista de estrada, veterano nestas andanças há cerca de 30 anos (pedalou inclusive com o malogrado Fernando Mendes que viu morrer numa passagem de nível), que na estrada só há três categorias de utilizadores de bicicleta – os ciclistas, os montanhistas (btt) e os artistas, sendo que, nas palavras desse amigo, os únicos que devemos evitar ou de ser.
Na estrada, todo o cuidado é pouco e não há lugar a “artistas” nem a “artes” com as bikes, ambas as coisas tem os seus devidos lugares, parques radicais, pistas próprias e outros tipos de palcos.
Posto isto, vamos ao que interessa que é o Dar ao Ped@L , com estreias de bikes e de pedalista, molhado e abençoado, quem sabe, pela Santa Maria Adelaide, santa milagreira cujo local de culto se situa em Arcozelo, em Vila Nova de Gaia e que hoje foi o nosso destino.
Partimos dez pedalistas do Marquês, depois de uns pequenos atrasos e fomos descendo a cidade até à Praça da Batalha, que cruzamos para depois seguirmos em direcção ao tabuleiro superior da ponte Luiz I, que atravessamos, para depois subirmos a Av. da República até ao El Corte Ingles.
Até aqui, já tínhamos tido chuva em Costa Cabral, em Santa Catarina e já íamos molhadinhos que chegasse mas o pior ainda estava para vir e iríamos ter muita mais chuva por todo o caminho, em vários momentos e locais pelo que para baptismo já era em demasia e também por isso, só volto a referir a chuva no fim deste texto.
Haja alegria e o resto a gente esquece. Lá fomos pedalando, passamos Vilar do Paraíso, Vilar de Andorinho até que chegamos a Arcozelo e ao santuário de devoção a Santa Maria Adelaide, a “santinha” como o povo a chama.
É um local a conhecer, pela fé ou sem fé religiosa e, visitar a capela onde está a urna da santa em carne, colocada sobre um pedestal e ainda o museu dedicado à santa, onde se poderá encontrar todo o tipo de ex-votos oferecidos por devoção ou pelo cumprimento de promessas.
Como é hábito, é no local de destino que costumamos tirar a foto de grupo e desta feita, também não fugimos à regra e calhou-nos em sorte, um fotógrafo, também ele um experiente ciclista de estrada, que percorre por ano cerca de quatro a cinco mil km, tendo este ano estado em Cannes – França, na altura do festival de cinema.
Agradecimentos feitos, partimos com direcção ao Senhor da Pedra para os cafézinhos da praxe, traindo desta vez o Café 1000 agres, não por nossa culpa, mas por este estar ainda encerrado.
Fomos então a outro mais perto da capela, que penso chamar-se Solar Senhor da Pedra, daqueles que tem máquinas de assar frangos na rua, com duas simpáticas meninas, de belos sorrisos, muito admiradas com tantos pedalistas, alegres e bem dispostos, apesar de bem molhadinhos.
Retemperados por bolinhos e bananinhas e aquecidos pela cafeína, fizemos-nos à ciclovia pela marginal das praias afora, com uma paragem para conhecer outro local de culto, desta vez um santuário dedicado ao Sporting Club de Portugal, certamente por um adepto verde dos pés à cabeça.
Daqui até à ribeira do Porto, depois até ao Freixo e ao regresso a casa de cada um, foi só pedalar para encurtar o espaço de tempo até ao merecido banho e o almoço de Domingo.
“Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é.”Fernando Pessoa
Mais fotos em: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1430330813893.42655.1701566598&type=1#!/media/set/?set=oa.297885563575231&type=1
Companheiros
Aqui fica o meu relato de uma bela manhã que convosco passei.
Apesar de molhada, foi muito reconfortante em amizades.
Abraço,
Valdemar
Bravo, Valdemar..Até ver!!! és único.
Um abraço meu bom amigo
A.Oliveira
Obrigado Oliveira.
Faço o que posso e que sei, com todo o prazer.
Abraço,
Valdemar