8 de Julho de 2012
O Dar ao Ped@L foi até ao radar…
No meio dos amigos, aprende-se muito mais
Do que em todos os manuais, estórias de pedalar;
Coisas da vida do pedal, que nos querem ensinar
Quando os dias incertos, franzem o seu sobrolho
E ate os céus mais abertos nos correm o seu ferrolho
Que é que não nos faz mal,
só o dar ao pedal, só o dar ao pedal
O Dar ao Ped@L foi até ao radar, sempre a pedalar,
No Dar ao Ped@L não há papão, tudo tem explicação
No meio das amigas, aprende-se ainda mais
Vai- se mais longe que os sonhos e que a imaginação
As ciências naturais cabem na palma da mão
O Dar ao Ped@L foi até ao radar, sempre a pedalar,
No Dar ao Ped@L não há papão, tudo tem explicação
O Dar ao Ped@L foi até ao radar, sempre a pedalar,
No Dar ao Ped@L não há papão, tudo tem explicação
Tudo tem explicação, tudo tem explicação
Serve esta versão alterada, da letra da canção dos Cabeças no Ar, para introduzir a crónica do passado domingo, em que o grupo Dar ao Ped@L, foi a pedalar até ao radar da Força Aérea, situado do Monte Pilar em Paços de Ferreira, tendo como guia o José Pires, a chefiar uma seita de 13 aguerridos seguidores, mais tarde designados de apóstolos.

Com a manhã a prometer ser muito quentinha, levantamo-nos mais cedo e juntamo-nos nos sítios do costume, para de seguida abalarmos em direcção à Agrela, tomando a estrada que liga o Alto da Maia, à Travagem, depois Alfena e Água Longa, toda esta primeira etapa, a rolar sem grandes dificuldades de percurso.
Da Agrela em diante, a coisa já foi outra, mais penosa, a exigir muito mais esforço dos pedalistas e uma boa resposta das máquinas, que, para as subidas, quanto mais leves melhores, mas também é deveras importante que a afinação das mudanças seja a ideal, para que elas entrem bem, quando solicitadas a diminuir o nosso esforço.
A estrada desde a saída da Agrela até à entrada de Seroa, já no concelho de Paços de Ferreira, é sempre a subir, sem partes em plano ou com ligeiras descidas, e nós, mesmo com bonitos lugares para apreciar as vistas e descansarmos, fizemo-la toda sem parar, quais valentes ases, do Dar ao Ped@L, que já não viram a cara a tamanhas façanhas.

Já reagrupados na primeira rotunda de Seroa, e, após um brevíssimo descanso, fomos seguindo as placas que indicavam a Estação de Radar de Monte Pilar, ainda em estrada de asfalto, na mesma com subidas, mas agora intercaladas com uma ou outra zona plana ou descida para aliviar um pouco, as energias e o esforço dispendido.

Passamos por uma zona industrial e chegamos a uma outra rotunda, já conhecida de alguns elementos, onde se encontra uma escultura em aço inox, representado um ciclista em cima da sua bicicleta, monumento muito adequado e certamente em louvor, aos gloriosos ciclistas, que estas terras tem dado ao ciclismo nacional.

Honra os ciclistas e a nós pedalistas, que também não nos fizemos rogados e quisemos ficar recordados, com mais uma bela fotografia de grupo que assinala a passagem do grupo Dar ao Ped@L, neste belo local.

Deixamos o ciclista imortalizado no aço, e continuamos a subir rumo ao “radar” ainda em asfalto, até uma nova rotunda, junto da qual iniciamos um trilho em terra que, por ser desconhecido de todos se tornou pequeno e nos levou de novo à estrada em asfalto.

Não nos aventuramos na terra, para não nos perdermos, não tinhamos GPS e o “radar” para nós não funcionava, mas, sabíamos o queríamos, chegar lá em cima à estação de Monte Pilar, pelo que ainda tivemos muito que pedalar, terminando o percurso, sempre a subir, agora no treme-treme dos paralelos.

Eis-nos cá em cima, chegados aos poucos e poucos, cansadinhos e a precisar das bananinhas e dos cafézinhos, servidos por duas simpáticas meninas, no Bar do Pilar, que ainda nos oferecerem, para aguçar o apetite, uns pedacinhos de salpicão, acompanhados por regueifa fresquinha.

Agradecemos a cortesia, ficamos clientes e com vontade de lá voltar, quem sabe até para degustarmos umas papas, que pelos vistos, outros pedalistas recomendam, aos sábados e aos domingos à tarde.

“Agora, é sempre a descer e em terra”, lembrou-nos o nosso guia, o Pires, que antes de iniciarmos a dita descida em terra, até Refojos do Ave, ainda nos levou a conhecer outro monumento, desta feita religioso, um pequeno Cristo-Rei, para a benção… dos treze apóstolos.
Sem se conhecer qual o Judas mas com um Jesus Cristo assumido, na figura do nosso Emanuel, o pedalista com os cabelos mais compridos, apesar de também os ter curtos, juntamo-nos novamente para mais uma foto de grupo, desta feita, abraçados e abençoados pelo Cristo-Rei de Monte Pilar.

Crenças e superstições à parte, o certo certo, é que fomos “protegidos” e em segurança, mesmo na pior parte da descida, onde regos e pedras, nos poderiam causar graves problemas, mas onde nada nos aconteceu. “…Graças a Deus.”, como diria o Jardel.

A terra e o pó, mesmo com a adrenalina de ser sempre em descida, souberam a pouco, dirão os mais aventureiros dos nossos pedalistas, mas, digo eu, “o pouco vale muito”, quando se aproveita ao máximo, como só eles o sabem e bem, fazer.

Eu, prefiro e bem, o plano e as subidas, não por serem menos avessas a problemas, porque esses, surgem em todo o lado, mas porque é onde me sinto mais à vontade e, por isso mesmo, quando me apanhei cá em baixo, no café S. Cristovão, em Refojos do Ave, lançei-me com toda a garra aos pedais e, ala que se faz tarde, pedalei até mais não, com a companhia do destemido Sérgio Caban e da nossa lebre, o ligeiro Mascarenhas, até chegar a casa, ao reconfortante banho e ao merecido almoço.

Venha o próximo Domingo, venha daí o próximo Dar ao Ped@L.
Valdemar Freitas
… com mais doze apóstolos … Anastácio Sousa, Antonio Oliveira, César Pinto, Emanuel Mascarenhas, Jorge Bastos, Jorge Oliveira, José Pires, Mário Dantas, Martinho Sousa, Ricardo Pereira, Sérgio Caban e Sérgio Guimarães
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Mais uma grande crónica….és unico.
Obrigado Valdemar…..
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Boa crónica Valdemar.
Abraço
Porra pá, qualquer dia tens que escrever as memórias doa Dar ao Ped@l, com a veia que estás já ninguem segura a ponta da tua caneta. Venham muitas mais crónicas destas…
Grande Valdemar, como diria o Tony Cin*****co.
Valdemar está imparável. Não é só nas subidas!! Parabéns pela crónica. Já estamos á espera da próxima
Não querendo particularizar, agradeço a todos, os comentários e o incentivo a novas crónicas.
A seu tempo, outras haverão de aparecer.
Abraço,
Valdemar Freitas
Estimados amigos,
Sendo o lanterna vermelha várias vezes, cumprindo o final dos doutos mandamentos, cheguei apenas hoje ao blog, do dar ao ped@l.
A crónica está espectacular!
Ricardo Ferreira (49)