Depois da última crónica da Besourada do amigo Augusto Tomé, vai ser difícil descrever a Meia Maratona do Raid das Masseiras, até porque não tenho muito jeito para a escrita.
Mas como ninguém até á data se disponibilizou para fazer a crónica, vou tentar fazer um registo desta aventura, para o nosso historial, mais não seja pela notável experiência de atravessar um rio com a bike, com água a correr pela cintura.
Depois de uma semana solarenga, o S. Pedro decidiu estragar-nos a festa no Domingo, tendo optado por regar as alfaces do Raid das Masseiras e como isso ainda não chegasse, fustigar-nos com um vento gélido.
As previsões para Domingo apontavam para chuva a partir das 06.00 horas.
Ainda estava com alguma esperança que a coisa melhorasse, quando paramos para o café da manhã, na estação de serviço de Modivas e a chuva era fraca, mas á medida que nos aproximamos de Aguçadoura, onde iria decorrer a prova, a intensidade da chuva aumentou.
Um passeio que prometia ser uma bela festa do BTT, a avaliar pelo n.º interessados e de dorsais atribuídos (999).
Na véspera eu o Fredy optamos por ir levantar os dorsais de toda a equipa, para nos posicionarmos na frente e evitar os atropelos, dado o elevado n.º de participantes.
Depois da procura de um lugar para estacionar a viatura, eu e o Pires lá acabamos por parar junto á praia, mesmo próximo da meta.
Os outros companheiros tinham entretanto desaparecido. Depois da saída da A28, nunca mais os vimos.
Tal era a pressa!!!
O Pires desanimado comentava, eu nem vou tirar a bike de cima do carro, com a chuva e o vento que está, nem me atrevo a sair daqui.
Aparece entretanto o Fredy com o seu Smart e a sua Rocky embalada.
Comenta o Fredy “Eh pá, isto está mesmo mau, vou dar meia voltar e regressar à Maia”.
Eu e Pires lá nos enchemos de coragem e acabamos por desmontar as bikes e eu disse-lhe: “vamos dar uma voltinha ás meninas, para aquecer, e se isto não melhorar, damos meia volta e vamos embora”.
Entretanto já o Domingos estava á nossa procura a alertar-nos para fazermos o check-in, junto ao cruzeiro.
Feito o respectivo check-in, lá acabámos por nos juntar ao Grupo, para a tradicional foto de família.
À 09:30 soa finalmente o apito para a partida.
Toca a rolar, no meio de tanto betetista e tanta a confusão, toca a valer-nos da técnica do equilíbrio, para evitar quedas e procurar uma nesga para fugir.
O frio era de tal ordem, que só nos apetecia pedalar e entrar nos trilhos para aquecer, na expectativa que entretanto o tempo melhorasse.
E assim foi, lá seguimos á procura dos trilhos, bem sinalizados e por entre bonitas paisagens, desta vez coloridas com tantos betetistas, um cenário que tive pena de não captar, mas a chuva continuava a cair, pelo que nem sequer me atrevi a puxar da máquina.
Lá acabei por o fazer numa paragem, após uma passagem de uma ponte.
Entretanto os meus companheiros lá seguiam e eu ia ficando para trás (arruma máquina, fecha impermeável e toca novamente a rolar).
Por esta altura, já destacavam no pelotão da frente, os fugitivos, Mascarenhas, Nuno Almeida e Rui Teixeira.
Aí vão mais umas fotos, e lá vou eu novamente, desta vez na companhia do Domingos.
Surge aquilo que eu temia e que já me tinha acontecido nos Besouros, problemas na transmissão e no desviador.
Salta a corrente e mais uma paragem e eu a vê-los passar.
O lixo, lama, areia era de tal ordem, que só procurava um curso de água para limpar a bici.
Acabei por a mergulhar num riacho, mais á frente, o mesmo que outro companheiro acabava de fazer.
Ao km 20, lá estava o tão desejado reforço, bolas de Berlim, lanches, natas,….
O trio de fugitivos já estava novamente de partida, quando chega o Domingos, que acabou por aproveitar a boleia e nem parar para apreciar as natas e os lanches, porque as bolas tinham entretanto acabado.
Surge então a divisória para os 50Kms/35 Kms e nem sequer tivemos dúvidas na opção (35 kms), tal era o estado de espírito, físico em que nós e as bikes se encontravam.
Mais uns metros á frente e nova aventura: um rio.
Comentários:
“E agora, não há barco, nem remos”
“Eu não sei nadar”
“Eh pá, a água chega á cintura”
“Eu por aqui não vou”
Domingos e Rui voltam para trás à procura de alternativa.
Quando se vem para o BTT, temos de enfrentar os obstáculos e os mais corajosos lá seguiam. Se os outros passam, porque é que nós não vamos? No estado em que estávamos, molhados e cheios de lama, aproveitamos para nos lavar e alguns para fazer xixi (comentário de um companheiro).
Afinal não foi assim tão mau.
A água do rio, apesar de estar suja, parecia mais quente que a própria chuva.
Alguns, iam lamuriando, “no que fui meter”, “nem sinto os pés com o frio”, “nunca mais alinho noutra”, “devia ter ficado na caminha”. Mas todos sabemos que passado algum tempo voltamos a fazer o mesmo.
E finamente chegamos ao local da meta, onde já havia alguma confusão, com um elemento da Organização a pedir-nos para seguir em frente, para andarmos mais uns metros e seguirmos as fitas.
O vento continuava teimoso, que acabou por derrubar alguns companheiros e não conseguirem evitar uma queda.
À chegada, um brinde á nossa espera, com produtos hortícolas das Masseiras, um saco com alface e cenoura.
Feita a leitura do código de barras, para registar os tempos, fila para lavar a bike, novamente ao frio e a ver as febras a desaparecerem.
Depois da menina limpa, tempo para ir novamente para a fila comer 2 febras e rumar directamente para o Porto, quando ouvi, “aqui banho, só de água fria”.
Eram 13.30 h quando cheguei a casa e fui tomar o tão ambicionado banho de água quente.
Para o ano espero lá estar novamente, mas sem chuva e vento.
E para terminar:
Embora as Classificações não sejam a parte relevante destes Passeios, aqui ficam os Resultados dos Betetistas do Dar ao Ped@L na Prova dos 35 Kms
Dorsal Nome Equipa Lugar Tempo
348 FÁBIO AGUIAR ESCOLA DE CICLISMO BRUNO NEVES 1 01:20:05 -1º classificado
458 EMANUEL AUGUSTO ESTÊVÃO VILHENA MASCARENHAS Dar ao Ped@l 273 02:23:37
48 NUNO MIGUEL DIAS DE ALMEIDA Dar ao Ped@l 274 02:23:42
44 MARIO DANTAS ANTUNES Dar ao Ped@L 288 02:26:59
328 RUI JOSE FERREIRA TEIXEIRA Dar ao Ped@l 316 02:30:16
66 ANTONIO DOMINGOS DIAS QUEIROZ Dar ao Ped@l 327 02:32:56
465 JOSÉ PIRES DA SILVA DAR AO PED@L 363 02:39:16
327 JOSE MANUEL BRANCO VIEIRA Dar ao Ped@l 444 02:58:10
897 JORGE MANUEL VIEIRA MOREIRA 46603:15:31 – ultimo classificado
Parabéns pela crónica Mário e pelo relato da vossa participação em mais um evento que pelos vistos fui bem puxadinho e com muitas peripécias para recordar mais tarde.
Dizes que não tens jeito para a escrita, mas tens sim senhor.
Podes continuar, o teu acto e as palavras ficarão para sempre registadas.
Muito bom amigo Mário Dantas, um bom relato do que deve ter sido um empeno daqueles, imagino eu.
Um grande abraço.
muito bem grande Mário! estas coisas também teem a sua adrenalina e fica mais uma aventura para contar !!!!!
Boa crónica, mas é de “loucos”, no entanto quando se está junto do problema, dá-se um SALTO e já está!!!
Doidos pelo ped@l…. é só adrenalina. Parabens Mário..-.
Parabéns pela crónica Mário e pelo relato da vossa participação em mais um evento que pelos vistos fui bem puxadinho e com muitas peripécias para recordar mais tarde.
Dizes que não tens jeito para a escrita, mas tens sim senhor.
Podes continuar, o teu acto e as palavras ficarão para sempre registadas.
Abraço,
Valdemar