GeoBikeChallenge – Serra da Freita / S. Macário – Arouca
Data: 23-02-2013
Participantes: Augusto Tomé e Jorge Oliveira
Organização: Ecobike Porto
Às 6 da manhã tocou o despertador, era hora de me dirigir a Rio Tinto para ir buscar o meu companheiro de aventura o Jorge Oliveira. Às 7 horas estava o Jorge recolhido, as bikes montadas nos suportes do carro e lá nos fizemos à estrada, desde logo notamos a baixa temperatura da manhã, isso significava à partida um bocado de sofrimento acrescido.
Dirigimo-nos em direção a Arouca pela A32, que é como quem diz foi uma pressinha, às 8 horas e pouco estávamos em Arouca, no Convento, local do secretariado, levantamos os nossos dorsais, de salientar que a esta hora já havia pessoal a pedalar em direção a Drave.
Levantados os dorsais, dirigimo-nos às Piscinas de Arouca, junto ao Estádio do Arouca, local de chegada e também dos banhos após o empeno generalizado, carro estacionado, bikes no chão, equipados a rigor era chegada a hora de irmos para o local de partida no Convento e nos fazermos à Serra da Freita.
No local de partida tiramos a respectiva foto da praxe, feita pela mão do sempre divertido animador da Ecobike, o amigo Manuel Couto, um embaixador deste desporto que todos nós amamos.
Feito o registo, partimos em direcção à aventura, uma aventura que ficará registada nas nossas memórias para sempre, quiçá para contar aos nossos netos, estou certo que o meu companheiro de aventura – o Jorge Oliveira, partilha da minha opinião.
O GPS acusa 48 quilómetros para percorrer e 1650 metros de acumulado positivo, partimos pela estrada de asfalto para aquecermos os músculos e o corpo do frio que se fazia sentir.
Saídos de Arouca com 300 metros de elevação e ao chegarmos aos 5 quilómetros já levámos 500 metros de elevação. Sentimo-nos bem fisicamente, o frio faz-se sentir, mas a vontade de cumprir esta aventura faz esquecer quase tudo.
Ás duas por três entramos no monte, e eis que começa a verdadeira aventura, ainda algum engarrafamento inicial para o pessoal se começar a dispersar, passamos pela Aldeia da Ameixieira, primeiro teste às pernas, já vamos no quilómetro 8 e com 700 metros de elevação.
Depois de sairmos da aldeia, andamos um pouco em estrada e eis que nos deparamos com a famosa subida descrita do Manual do Participante, 500 metros a subir com forte inclinação, subida esta que foi feita pela maioria dos participantes com recurso à técnica TBCAD1, conforme descrito no manual, alguns corajosos ainda se aventuraram até parte da subida, mas era de mais para a maioria de nós, simples aventureiros de fim de semana.
Chegados ao cimo da subida, tempo para recuperar o folego e continuar a subir até ao Parque de Campismo do Merujal, local muito aprazível e convidativo para fazer um picnic, e eis que nos sentámos numa das mesinhas à disposição dos turistas / betetistas e toca a enfardar as sandes que constavam do nosso menu gourmet ligeiro, juntaram-se a nós uns companheiros da Maia, fiquei com o contacto de um deles – o António Oliveira aka Oliveirinha, um abraço para eles pela sua boa disposição, lá nos fomos cruzando ao longo de todo o percurso, tipo, ora agora passas tu, ora agora passo eu.
Lanche feito, toca a pedalar em direção à Frecha da Mizarela, uma das mais fantásticas quedas de água do nosso país, senão a mais fantástica, talvez só rivalizando a queda de água de Fisgas de Ermelo.
O Jorge Oliveira ficou deslumbrado pelo tamanho e beleza, eu considero-me um privilegiado, porque já conheço estas paragens faz já muito tempo.
Na Frecha da Mizarela estamos com 920 metros de elevação, estávamos a esta altura com cerca de meia hora de atraso em relação ao Manual do Participante e com cerca de 15 Kms., percorridos.
As paisagens, os locais, os cheiros, os barulhos, os silêncios, são memoráveis e inesquecíveis.
Mais 4 Kms., em subida ligeira percorrendo o planalto da Serra da Freita, rodeados por eólicas e pelo Rio Caima, quase impercetível no seu caudal muito peculiar.
Ao Km. 22, lá estava o pessoal da Ecobike, junto à paragem de autocarro com alguma fruta e água fresquinha para reabastecer os reservatórios, para o pessoal não desidratar, também aqui se faz a separação do GEO90, estes para a direita e nós em frente.
Mais à frente e depois de umas descidas jeitosas e mesmo ao nosso gosto, apesar de alguma pedra solta, eis-nos chegados à Aldeia de Cando, numa palavra – fabuloso.
Acabaram-se, para já, as subidas e eis que fazemos umas descidas fantásticas, realizadas com algum cuidado, porque o bom senso nunca fez mal a ninguém, continuamos a descer até atingir uma povoação onde se vê o fantástico Rio Paivô, um rio simplesmente deslumbrante, vê-se todas as pedrinhas no fundo do seu leito, tal é a qualidade da água, cristalina e pura.
Também aqui atingimos o ponto mais baixo, 270 metros de elevação, ou seja, descemos cerca de 700 metros de desnível negativo.
Ao Km. 36, começamos a subida para a Senhora da Mó, iríamos subir dos 270 metros até aos 700 metros, no topo, foi muito duro, mas não vacilámos, estava um dos organizadores a informar que quem não quisesse poderia desviar desde logo para Arouca, não o fizemos, já que sofremos até ali, não era por mais umas centenas de metros que iríamos fracassar, e meus amigos, só vos digo isto, as vistas para Arouca e serranias circundantes, compensam qualquer esforço adicional que tenhamos feito.
Da Senhora da Mó, acompanhados já há muitos quilómetros pelo companheiro Artur Jorge, fizemos a descida até Arouca em grande velocidade, alternando entre estrada e single track’s muito rápidos, já que estávamos ansiosos por um banho quentinho e já se sentia a descida da temperatura ao final da tarde, eram aproximadamente 17 horas, quando demos entrada em Arouca, ou seja, pedalamos mais ou menos 8 (oito) horas, fizemos +/- 52 quilómetros, em boa verdade não chegamos muito cansados, já que fizemos todo percurso em ritmo de turismo, devagar, devagarinho, parado, aliás tenho a sensação que devemos ter sido talvez dos últimos a chegar do GEO45, mas isso não nos demoveu no nosso objectivo inicial, terminar dentro do tempo regulamentar e usufruir ao máximo de toda a paisagem e passar um dia memorável para o resto das nossas vidas, um dia inesquecível, mesmo.
Por muitas palavras e imagens aqui descritas e expostas, NADA iguala o facto de termos estado LÁ, in loco, percorrer todos aqueles lugares mágicos, ainda que não tenhamos chegado a Drave, que ficará para outra oportunidade, quiçá, acompanhado por um número substancial de elementos do Dar ao Ped@l.
Resta-me agradecer em primeiro lugar ao meu companheiro de aventura – o Jorge Oliveira, à excelente organização da Ecobike Porto, numa palavra – fantástico – para repetir sem margem para dúvidas e a todos os betetistas que se cruzaram connosco ou nos proporcionaram um sorriso ao longo do trajeto.
Abraços betetistas e façam o favor de ser felizes.
8 comments on “GeoBikeChallenge – Serra da Freita / S. Macário – Arouca”
Parabéns Augusto Tomé.
Esta tua crónica está perfeita.
Descreve na totalidade todos os excelentes momentos que vocês os dois desfrutaram e que também dá azo à máxima que diz,
“Que bem que se está na montanha” e, melhor se for a pedalar com grandes amigos.
Obrigado amigo Valdemar Freitas é um texto sentido, mesmo, e digo-te estou ansioso por partilhar uma aventura com todos os nossos amigos em Arouca, lá mais para a Primavera.
Obrigados amigo José Sousa pelas simpáticas palavras. Jorge Oliveira é isso mesmo, parecíamos 2 putos numa loja de doces… boa analogia. Abraço companheiro de aventura.
Parabéns Augusto Tomé.
Esta tua crónica está perfeita.
Descreve na totalidade todos os excelentes momentos que vocês os dois desfrutaram e que também dá azo à máxima que diz,
“Que bem que se está na montanha” e, melhor se for a pedalar com grandes amigos.
Abraço,
Valdemar
Obrigado amigo Valdemar Freitas é um texto sentido, mesmo, e digo-te estou ansioso por partilhar uma aventura com todos os nossos amigos em Arouca, lá mais para a Primavera.
Parabéns amigos, grande descrição e muito bem pormenorizada. Gostei ,temos escritor
Obrigado caro amigo Manuel Couto. Aquele abraço!
Ó Augusto, tens andado na balda, tem que escrever mais,mais, mais crónicas.
Abraço
Foi assim, tal e qual. Pareciamos 2 putos numa loja de doces…
Venham mais dias assim para esquecer a Troika.
Abraços para todos os amigos bttistas
Obrigados amigo José Sousa pelas simpáticas palavras. Jorge Oliveira é isso mesmo, parecíamos 2 putos numa loja de doces… boa analogia. Abraço companheiro de aventura.
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