07 de Agosto de 2016
Rota “Meteu de Tudo”
Poder-se-ia chamar rota de Medas, da Zorra, do mergulho, Valongo on Fire ou da Cova qualquer coisa, que agora não me lembro, tantos e tantos nomes nos fomos lembrando, para por fim alguém a intitular de Rota da Zorra (molhada e regada).
Mas porra, este domingueiro não foi só isso, e uma vez que esta rota meteu de tudo um pouco, para mim ela só se poderá chamar de “Rota Meteu de Tudo”.
Comecemos pelo principio, ou melhor, antes sequer do inicio.
Meteu um nome que não chegou a ser, por causa de um tremendo incêndio e um segundo que o substituiria, que quase esteve para ser, não fosse o guia, ter passado a santa Noite, a chamar pelo Gregório.
Meteu seis amigos no Alto de Valongo, para o que desse e viesse, pois não havia percurso, nem GPS.
Meteu uma passagem pelo abandonado Sanatório e pela recordação de uma recente reportagem sobre tantos e tantos edifícios abandonados, cheios de memórias colectivas do passado, de tempos que não voltam mais, mas que não poderão ser esquecidos, não se repetindo os erros de deixar as coisas ao estado a que chegaram.
Meteu uma descida atribulada por um “caminho novo” e outra que nos traçou, todo o nosso restante percurso e nos guiou para S. Pedro da Cova.
Meteu uma passagem pela Casa da Malta, pela velhinha zorra, que todos queremos ver a salvo e pelas vistas afaveladas das encostas da pobre freguesia gondomarense, sempre fiel ao partido da foice.
Meteu cultura e transmissão de conhecimentos, na passagem pelo Complexo Mineiro do Passal, pelo poço de S. Vicente e pelo ainda em pé, cavalete das minas, símbolo da primeira estrutura de betão armado, a nível nacional.
Meteu vagonetes, escombreiras, balneários, capela e portaria e só isto dava um filme para o nosso movie maker – “O que se passou em Cova, fica em Cova”.
Meteu a igreja da paróquia, os seus icónicos símbolos, o padre, o engenheiro e o mineiro, os vitrais e o silêncio de antes da missa, os santos do costume e a santa padroeira dos mineiros, Santa Bárbara, que alguns sabem bem, quando a devem chamar.
Meteu o quartel dos BVSPC e o matar das saudades de um bombeiro, dos seus amigos das pedaladas, o nosso enormíssimo e voluntarioso amigo, o José Pinto, que regressava exausto do combate ao incêndio de Medas, que acabou por nos levar, para Cova de S. Pedro.
Meteu a subida à torre (Estrada D. Miguel), desde a Covilhã do Norte, debaixo de um grande calor estival, que há muito por estes lados, andava arredado e ainda bem (praias), ou será que é mal (incêndios).
Meteu mais umas descidas e umas subidas, para queimar quilómetros até aos tapetes de flores, já calcorreados pela passagem da procissão, na freguesia de Fânzeres, toda ela em festa.
Meteu um primeiro tanque e depois um segundo, onde se ouviram histórias de crimes que ninguém sabe explicar e onde nos abastecemos de água, para o que viria depois.
Meteu mais uma subida, que às curvas e de cruz em cruz, nos levou às três cruzes e ao Calvário final.
Meteu a pior subida do dia, desde o largo de Nossa Senhora de Fátima, até de novo à D. Miguel e daí até ao Alto de Valongo, tudo isto, disse-nos algures pelo caminho uma farmácia, debaixo de 33º C.
Meteu dois dentro da piscina, depois um terceiro, um quarto e um quinto e mais tarde, para completar o banho, mergulhou o sexto, brincando todos feitos criancinhas, na água que logo esqueceram, ter estado fria.
Meteu por fim, o melhor de tudo, mais uma bela tainada, que só o amigo Domingos Queiroz, sabe bem ao grupo proporcionar, não fora ele, de corpo e alma, o melhor exemplar que o Dar ao Ped@L tem, nisto de generosamente, D@r de Comer e de Beber aos amigos, em troca apenas de sorrisos e abraços de fortes amizades.
Meteu, como podem ver, muita e muita coisa, que correndo mundo, só virão a encontrar, se vierem connosco pedalar.
Viva o domingo, o Domingos, o Dar ao Ped@L e que nunca nos falte de pedalar, comer e beber, pois o resto vem por acréscimo.
Boas pedaladas e boas férias.
Até breve.
Valdemar Freitas
Para mais fotos desta rota, em que não se pedalou à procura de nada, muito menos de Pokemons, clique aqui.