As imagens acima, vem muito a propósito do nosso último Dar ao Ped@L, ocorrido como o título da crónica indica, na serra de Santa Justa, no concelho de Valongo.
Para alguns de nós, esta serra, os seus caminhos, trilhos, estradões, corta-fogos, subidas, declives, terra, pedras, et cêtera, já são por demais conhecidos e batidos, sobretudo pelas caminhadas nocturnas das sextas-feiras, com outros caminheiros e quase sempre sob a alçada do Alto Relevo Clube de Montanhismo de Valongo e, na maioria das vezes, guiados por quem a conhece tão bem como as palmas das suas mãos, o “sherpa” José Silva.
Podemos conhecer a serra mas isso só não chega, mesmo sendo de dia e não de noite, dar aos penantes, não é o mesmo que dar ao pedal.
A caminhar, seja qual for o piso e até as condições climáticas, quase sempre é possível vencer as dificuldades de um acentuada subida e de uma íngreme descida. A pedalar, bem pelo contrário, nas mesmas condições, é totalmente impossível subir determinadas vertentes e só mesmo de loucos, aventurar-se em certas descidas, quase na vertical.
A ideia de irmos até à Capela de Santa Justa, optando por fazer a subida em estrada, desde a igreja de Valongo, primeiro em asfalto e depois em paralelos, para depois fazermos toda a descida até Couce, por trilhos em terra, foi uma sugestão minha que a todos agradou, especialmente aos que adoram a adrenalina das descidas.
Mas as descidas mais rápidas, por assim dizer, foram muito poucas e as outras, ou por terem muita pedra solta, ou por serem com muita inclinação, fizeram com que andásse-mos mais tempo com as bikes pela mão, do que montados nelas.
Para termos outras descidas que nos proporcionassem mais alguma “pica”, tivemos que subir, ora corta-fogos ora caminhos impossíveis, novamente com as bikes pela mão.
Andamos nisto uma grande parte da manhã, talvez por não termos escolhido o melhor percurso que interligasse todos os trilhos cicláveis e só definirmos o rumo a seguir quando nos aparecia um cruzamento.
Tirando todas as dificuldades atrás referidas, mais a de termos que levar com os motoqueiros (motas e motos-quatro), ainda por cima num caminho muito estreito, na parte onde se vê as Fragas do Diabo, chegando ao ponto de nos termos que arrumar para dentro da vegetação, até nos divertimos e, penso que no geral, todos ficamos agradados com este Dar ao Ped@L, nem que não fosse, pelas vistas que tivemos para o vale do Rio Ferreira e para a Serra de Pias.
Foram poucos quilómetros para aquilo que costumamos fazer, mas foram bem puxadinhos, com bastante esforço logo a começar, com muita caminhada com a bikes pela mão e pedalada à mistura, numa manhã quentinha e solarenga a exigir muitos líquidos e alimentos energéticos, recuperadores das energias que perdemos, ao não nos darmos por vencidos perante as agruras da serra.
Eu por mim falo, não estava nos meus melhores dias, sentia-me fraco e já cansado de início (tinha feito uma dávida de sangue no sábado) e cheguei a casa todo “rotinho”.
Depois do banho e do almoço, fiz uma siesta. E que bem que me soube.
Valdemar Freitas
(António Oliveira, Augusto Tomé, Emanuel Mascarenhas, José Pires, José Sousa, Mário Dantas, Ricardo Ferreira, Sérgio Caban e Sérgio Guimarães)
Mais fotos deste belíssimo Dar ao Ped@L, no sítio do costume: