12 de Agosto de 2012
O doce nunca amargou
Há quem diga que a melhor maneira de uma mulher agarrar um homem, é pela boca. No nosso caso, ao dizermos que o percurso de Domingo, consistia em irmos aos Jesuítas e aos Limonetes, pastéis tradicionais de Santo Tirso, foi o chamariz para aparecerem dezasseis pedalistas, entre os quais cinco estreantes – António Felícia, Domingos Queiroz, Pedro Ferreira, Rui Cavadas e Rui Teixeira.

Incluindo a subida ao Monte Córdova e ao Santuário da Nossa Senhora da Assunção, o percurso poderia afastar os mais destreinados mas assim não aconteceu. O doce nunca amargou e ainda é receita para juntar muitos amigos, seja para que evento for, mesmo até para as mais difíceis pedaladas.

Vindos dos concelhos do Porto, de Gondomar, da Maia e de Valongo, saímos já todos em grupo, os 16, das bombas de gasolina, junto à rotunda do Maia Shopping em direcção ao nosso primeiro objectivo – Santo Tirso.

Com diversos estreantes em diferentes estados de forma, o grupo foi-se logo alongando, tendo eu optado por ficar à rectaguarda, acompanhando o meu amigo das andanças do coleccionismo, o António Felícia que não estava na melhor preparação possível para acompanhar quem já leva muitos quilómetros nas pernas e tem outros ritmos.
Pensando melhor, nos prós e nos contras em nos acompanhar e, provavelmente não aguentar a pedalada, cansar-se em demasia, atrasar-nos e até não conseguir chegar à hora que pretendia chegar a casa, o meu amigo decidiu ficar logo à saída de Ermesinde, prometendo voltar em breve, quando estiver melhor preparado para Dar ao Ped@L connosco.

Tendo ficado sózinho e provavelmente já bem distante do restante grupo pois já não os conseguia ver, mesmo na recta comprida que vai até à rotunda de Alfena, a do chafariz, começei a pedalar com toda a força, pensando cá para mim que mais cedo ou mais tarde, os apanharia ou eles esperariam por mim, quando dessem pela minha falta, há muito tempo.

Mas isso não aconteceu e eu fui pedalando, pedalando, com toda a genica e achar muito estranho que eles não aparecessem à minha vista e, quando dei fé, já estava perto de Santo Tirso. Resolvi parar e telefonar para o Mascarenhas. Tinha 8 chamadas não atendidas, 4 do Mascarenhas, 2 do Oliveira, 1 do Sousa e 1 do Óscar.

Tinha o telémóvel em silêncio e por isso não atendi os meus amigos que, ao verem que eu tinha ficado para trás, resolveram ir fazer parte do percurso do “Passeio dos Reis”, aquele trilho entre campos rurais, junto ao rio Leça e ao relvado, transformado em campo de futebol, onde costumam estar os nossos amigos cavalos.

Lá tive que ficar mais de um quarto de hora à espera que chegassem até mim e abalassemos sem mais demoras, até à Confeitaria Moura, onde nos esperavam os jesuítas e os limonetes e os cafézinhos.

Depois de retemperadas energias e das compras de pastéis efectuadas para levar para casa, fomos então à procura do nosso segundo objectivo, a ciclovia, também passadiço pedonal, que junto ao rio Ave, vai da ponte que o atravessa até ao parque municipal da Rabada.

Feito o reconhecimento da pista que é de pequena extensão, ainda demos umas pedaladas pelo referido parque, lugar muito aprazível e de frondosas sombras onde os tirsenses caminham, pedalam ou simplesmente descansam.

Na volta, houve lugar à foto de grupo da praxe e à pré-mentalização de todos para o que viria a seguir, o mais difícil dos três objectivos que tínhamos planeado para este percurso, a subida ao Monte Córdova ou mais propriamente, até ao Santuário da Nossa Senhora da Assunção, uma ascensão dos 105m aos 473m, durante 5,4 km.

Santo Tirso —> Santuário da Senhora da Assunção – Monte Córdova
O certo é que, seja por terem ingerido alguns doces (jesuítas ou limonetes) ou não, nenhum de nós ficou pelo caminho e mais tarde ou mais cedo, mais ou menos desgastados, todos os elementos arribaram ao cimo do Córdova, juntando-nos às portas do santuário a descansar e a falar sobre o quão difícil foi pedalar nesta subida, desconhecida de todos excepto do Mascarenhas.

Refeitos da coça, já com as pulsações mais certas e a respiração mais calma, demos início à descida, optando por um trilho em terra que depois vai desembocar a um pequeno lugarejo que se atravessa por ruelas estreitas em pedra e sempre em descida e que depois permite a ligação ao cruzamento, junto à igreja de Valinhas.

Aqui, alguém lembrou que poderíamos ir pelo Monte Padrão, mostrar o cruzeiro e o castro a quem não conhecesse estes locais e depois descermos mais um trilho em terra, o tal onde no último dia de 2011, o nosso amigo Oliveira deu uma valente e aparatosa queda e da qual, ainda hoje sente algumas mazelas.


Desta vez ninguém caiu, o piso estava seco e pareceu-nos que já tinham corrigido alguns regos, enchendo-os com terra e detritos de obras, talvez para alguma prova que entretanto lá se tenha realizado.

Tirando um ou outro cansaço físico, uma ou outra caíbra e o furo na roda traseira do Domingos Queiroz, nada mais houve a acrescentar a este Dar ao Ped@L, senão o pedalarmos para casa, para os habituais e reconfortantes banhos e almoços domingueiros.
Até ao Feriado de 15 de Agosto, dia em que vamos estrear as novas jerseys.
Valdemar Freitas
a Dar ao Ped@L com: António Felícia, Augusto Tomé, Domingos Queiroz, Emanuel Mascarenhas, Frederico Lima, Jorge Bastos, Jorge Oliveira, José Sousa, Mário Dantas, Martinho Sousa, Óscar Ramalho, Pedro Ferreira, Rui Cavadas, Rui Teixeira e Tiago Costa
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Nem um comentário.
É triste, mas o mais certo é acabar com as crónicas.
Uma boa crónica para uma caminhada memoravel. Não só pela camaradágem como pela dureza daquela subida aqui bem relatada.
E não desista de escrever as suas cónicas que fazem as delicias de um público que já conquistou. abraço.
Obrigado Jorge Oliveira.
Até quinta-feira… já só faltam ….. 4 dias to go.
Como o tempo passa.
Abraço.
Meu caro amigo os blogues tem destas coisas, realmente com tanta rede social, é quase impossível manter uma audiência regular em qualquer blogue, ainda para mais num tão específico, eu já me habituei, só atualizo os meus de tempos as tempos.
A crónica está muito boa como habitualmente deste nosso passeio gostei em particular de duas coisas, o limonete e a subida ao Santuário, a qual eu achava que não iria conseguir. Vá lá, como já alguém disse “Não negues à partida uma ciência que (neste caso) conheces”.
Grande abraço, saudações pedalistas!
Eu sei Augusto Tomé que não é fácil manter um blogue e ter muita audiência.
Não é isso que espero.
Como quando publico uma crónica, partilho como o Facebook, acho que a malta do Dar ao Ped@L, pode até fazer um copy-paste e fazer comentários nos dois lados.
É tão simples quanto isso.
Um abraço.
Valdemar,
É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão.
Um abraço
Obrigado por tão bonitas palavras, Oliveira.
Abraço,
Parabéns pela crónica Valdemar. Nesta altura de férias é natural que o people não esteja tão agarrado ao PC e que não se tenha apercebido desta novidade no nosso bolog. Eu próprio, quando vim aqui espreitar, só vejo o modelo do Oliveira a envergar a nova jersey do Dar ao Ped@L. Não é que não mereça e a nossa jersey não deva ser destacada, mas devias ter colocado a crónica com uma data posterior e aí sim, teria certamente sido mais visiualizada (nem todos tem FB). É importante manter este Grupo activo, graças ao trabalho que tu e o Oliveira tem desenvolvido em pról do Dar ao Ped@L, pelo que não deixes cair esta Obra prima. Abraço
Obrigado Mário.
Foi um desabafo que saiu na hora mas que serve de abanão para os mais preguiçosos.
Abraço,